Hoje compartilho minhas solidões poéticas com Paulo Ras, poeta
e editor-chefe do Jornal Gazeta Parnanguara. Nascido em Curitiba/PR e residente em Paranaguá/PR, Paulo tem
como influências Mario Quintana, Vinicius de Moraes e Chico Buarque e apresenta
em seus poemas um eu lírico meio gauche
(expressão popularizada pelo poeta Carlos Drummond para caracterizar alguém
inadaptado com sua sociedade) à procura de uma saída alternativa (e, por vezes,
meio suicida) pra sua autossobrevivência (suas soluções são paradoxais, ou seja,
poéticas). Destaco o jogo de pontuação desse poeta paranaense. Boa leitura,
amigos!
Perder-se.
Nas entrelinhas do mundo.
Nas pausas da vida.
No sussurro da morte.
Parar.
E não viver.
Parar.
E não sorrir.
Por que então não partir?
Para qualquer norte,
Para qualquer anseio,
Para qualquer destino,
Um caminho sem fim,
Uma trilha sem rumo?
Perder-se,
Qual no começo do verso,
A melhor saída para não se viver a esmo.
O dia de Natal está sendo muito poeticamente proveitoso.
ResponderExcluir1- 'Perder-se'. me fez lembrar quem quem: minha querida Florbela com seu poema "amar" - "Que me saiba perder .... pra me encontrar..."
2- o arbusto ao fundo da imagem automaticamente retornei ao post anterior com o quadro "céu estrelado" de Gogh e "campos de trigo ou seara com corvos" que imediatamente me remeteu ao quadro "o grito" e Edvard Munch, com a diferença do caminho sem deformações, é um caminho mais linear, menos angustiado por isso, será? ou uma antitese da angustia da busca sem fim?
3- os versos: entrelinhas do mundo e pausas da vida são soberbos.