O grupo de alunos-poetas da Oficina de Produção Textual
"Novas Letras" da EJA do CEROM se apresentou nas Festividades de
Encerramento das Oficinas da EJA de Teresópolis no Teatro Municipal de Teresópolis/RJ,
no dia 03 de dezembro de 2011. Na performance, Jefferson Sant'Anna apresenta
poema de Yasmin, Vânia declama poema de Mirian Santos, Vanderlúcia interpreta
seu próprio poema "Minha cidade triste" e Fabiana de Jesus declama um
poema de sua própria autoria. Vídeo filmado e dirigido pelo professor-poeta-pateta que
vos escreve, idealizador e responsável pela Oficina Novas Letras.
Abaixo o vídeo e os poemas declamados:
Estranha
Moro em um lugar,
onde eu não me sinto bem.
Me sinto estranha,
não tenho total liberdade pra pensar,
vivo em um bairro,
onde pessoas mal se olham,
mal se dizem oi;
me sinto perdida, meio tonta na multidão;
eu me vejo excluída desse lugar...
(Yasmin)
Diante do espelho,
me dou conta
de como passa
a vida,
passam os segundos,
passam os minutos,
passam as horas
e o dia passa.
O vento passa
e, muitas vezes,
não o ouço passar,
apenas o sinto
na face e
nos cabelos,
que, com o passar
dos anos,
vão perdendo a cor.
Tudo, tudo passa:
passa a infância,
passa a adolescência,
passa a juventude,
passa a maturidade,
chega a velhice
que também passa
e, enquanto isso acontece,
vejo as marcas
que, com o passar
dos anos,
o tempo desenhou;
o vento, com o passar
de longos anos,
desenhou a paisagem,
mas os anos,
com o passar de
muito tempo,
desenharam na face
as marcas da vida
e, com o passar
da vida,
só as lembranças vão
ficar.
(Mirian Francisco dos Santos)
Minha cidade triste
12 de janeiro foi um dia triste,
triste como nunca vi tão triste,
alguém diga “Chega de chuva”,
chuva que não quer parar.
Amanhece o dia - triste notícia,
grande tragédia: um lindo bairro
de Teresópolis acaba em lama,
lama e gente morta.
Gente morta pra todo lado,
em cima da árvore,
debaixo da pedra, agarrado na cerca,
gente pedindo a Deus socorro
pra que encontrasse seu ente querido...
Querido que não irá ver mais,
coração a cada hora ficava mais apertado,
porque o sentimento e a angústia
era cada vez pior.
Nossa cidade está machucada,
machucada e ferida,
ferida que não cicatriza, aí vem a dor,
dor que não passa.
(Vanderlúcia)
O último suspiro
Ganhar a vida é escrever poemas,
poemas com ou sem rimas,
tudo é poema.
Da natureza da vida, vejo o sol raiar,
vejo nas estrelas o último ponto brilhar,
grandes, pequenos, todos unidos
seguiremos o caminho, a trilha.
Na manhã começaremos,
Ao entardecer seguiremos,
No anoitecer pararemos.
Estou farto, estou velho,
mas consigo escrever no papel diversas histórias
que fiquem no coração do poeta.
(Fabiane de Jesus Campos)
Caro professor-poeta-pateta, seus alunos são maravilhosos viu, pura potência pontencial potencialidade.
ResponderExcluireu fui sua aluna e vc e o melhor professor
ResponderExcluirvc nos soltar aquilo que fica dentro da gente
e com seu dom eu adoro vc bjss
da sua aluna jessica neves de souza