Posto hoje o clipe do poema "Brasileiro etnologicamente
selvagem", adaptado e interpretado por mim mesmo. Filmado por Juliana Guida Maia, interpretei o poema
extraído de seu terceiro livro "Note or not ser" (2001) quase que
completamente gripado num dia cinza em meu quarto, em Valença/RJ. A música de
abertura do clipoema - "Cidade oculta" - é de autoria de Arrigo
Barnabé.
Mais abaixo do clipe, posto o poema adaptado, que brinca com a ideia de o artista ser visto como um tipo exótico de selvagem da espécie humana:
Brasileiro etnologicamente selvagem
Talvez me falte autoestima
Algo que me faça sorrir
Diante de imagem no espelho
Mas sou autêntico,
Sou o que nego e também o que afirmo ser
Sou três eus: o eu que sou.
O eu que penso ser
E o eu que observa os outros dois eus
Sou um só – único, próprio, um tanto incomum
Mas não, não me julgue esquizofrênico
Sou apenas difícil de entender...
Acredito nas coisas mais tolas
E a solidão – ela me odeia e vice-versa
Mas somos vizinhos, moramos na mesma rua
Nos desentendemos, nos odiamos tanto
Que, no fundo, nos amamos
E esse amor – qualquer amor – é salto certo
Tanto para o aventureiro quanto para o mais correto
Quando levo meu coração a sério
Sinto as minhas pernas tremerem
A pessoa amada distante...
Mas quando não levo
Ah! São as pessoas que me amam
Sou eu que sorrio
Como um menino rico que tem
O mundo a seus pés
E um imenso vazio no coração...
Mas não me considere um infeliz
Não tenha pena de mim!
Sou feliz até quando estou triste
Pois, mesmo nos dias nublados,
Preservo minha liberdade
De ser único, próprio, um tanto incomum!
A arte nasce com tensão e é produzida com tesão, ou será que nasce do tesão e é produzida com tensão? rs rs rs. O vídeo ficou ótimo!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirAdorei o poema, o vídeo ficou bacana.
ResponderExcluirQuanto a ter pena, como poderia, nunca saberia a quem dirigir a pena, afinal de contas são três eus univitelino. Como nossa natureza é contingente, buscamos SER UNO e somos tantos uno(S).