Esse meu poema que posto hoje foi escrito há muito tempo em homenagem a minha amiga Camila 'Carter' 'Halford', que cursara Letras comigo na UGB-Barra do Piraí. Camila inventava pra si a persona de uma pessoa cheia de talentos, mas de autoestima baixa (criara, pois sei que era apenas uma das múltiplas faces que ela apresentava), e, uma vez, declarara pra mim que nada havia nela de poético. A declaração soou-me como um desafio artístico, então produzi, na época, esse poema astronômico e noturno, elevando-a ao status de estrela. Algum tempo depois, inclui o poema no meu quinto livro "Eu e outras Províncias" (2008), na parte dos poemas noturnos. Curiosidades: Danuta e Derbena eram as duas personalidades que Camila dividia consigo mesma em suas múltiplas faces; e estrela, na visão do poeta Manuel Bandeira, era a musa ideal, alguém que você admira sem ousar tocar. No Dia da Astronomia, nada mais apropriado que homenagear minha amiga que continua a brilhar:
Camila noturna
A noite acorda as estrelas emergentes
Estrelas do mar
Estrelas do céu
Estrelas do chão
Mas teus olhos quase não brilham
(Brilham apenas os olhos que te veem).
És astro por excelência com tua luz exótica
Radiante de mistério
Não sei de que constelação desconhecida vens
Se Danuta
Derbena
Ou simplesmente Camila
Não sei qual festa no céu te fez cair aqui
Estrela parda
Estrela lírica
Estrela!
As curvas
Os contornos celestes e maduros
Teus segredos astronômicos
Teu sorriso triste
Ameaço tocar-te...
Porém a noite traz a névoa
E te leva.
Corres como se o céu te chamasse
Deixando uma poeira brilhante nos olhos do poeta
Adeus, estrela-musa, estrela-muda, estrela-adeus...
- A noite adormece
E, com ela, as estrelas...
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