Meus eus líricos femininos retornam ao blog, desta vez
tomando o corpo de Sherazade, a personagem árabe cujo destino heróico é contar
histórias durante mil e uma noites para entreter, seduzir e evitar ser morta
por seu rei e algoz (o rei, devido a uma desilusão amorosa, havia decidido
desposar e sacrificar uma moça por noite, mas, devido à habilidade de Sherazade
de narrar histórias que se cruzam a outras narrativas, exigindo sempre
continuidade na noite seguinte, o projeto assassino do rei é desfeito pelo domínio
– disfarçado de subserviência - de sua contadora de histórias).
Em tempo: O poema abaixo será declamado no próximo evento do
Sarau Solidões Coletivas, o “Sarau Mil e Uma Noites de Solidões”, nossa
contribuição e participação poética do Almoço Árabe Beneficente da Associação
Valenciana de Proteção aos Animais (AVPA), que acontecerá na Cantina Água na
Boca, na rua atrás da Catedral, em Valença/RJ, neste domingo, dia 14 de julho, a
partir das 11:30h.
Dancemos com os cantos e encantos de Sherazade, amigos
leitores!
Mil e uma noites de Sherazade
Vem me ferir, príncipe da dor,
com sua espada faminta de rancor,
mas não me mate, triste alteza,
para que eu possa lhe mostrar quanta gentileza
há na lâmina nervosa que tão faminta
corta minha alma calma,
para que eu possa lhe mostrar toda nobreza
de sua arma furiosa em minha carne íntima,
outrora morta, agora salva
pela serpente viva de seu veneno frustrado de amor.
Veja-me dançar, príncipe ferido,
enquanto sua espada segue seus instintos assassinos
e me penetra inicialmente lenta,
sedenta,
depois constantemente acelerada,
à medida que me corta, mais veloz
e feroz...
Corta meu corpo, homem sofrido,
mostra-me todo amor perdido,
mas deixa minha voz intacta
para que eu possa lhe encantar com minha lábia
e tornar sua fúria minha aliada,
para que eu possa lhe cantar mil fábulas
que acalmarão sua espada...
Aprisiona-me em sua falta de paz,
alteza de todos os ais,
mas deixa-me gritar livre em seus ouvidos surdos
os prazeres mágicos desse tormento absurdo...
Penetra-me furiosamente com sua violência generosa,
príncipe louco,
mas deixa-me narrar todo heroísmo delicioso
de morrer consigo nesse perigoso calabouço...
Mostre-me toda a sua tortura
que eu lhe ofereço mil e uma noites de aventuras
nesta desventura;
mostre-me toda a sua crueldade
que eu lhe apresento mil e uma vantagens
de vivermos pra sempre assim - presos em liberdade!
Oiê! Amei essa prisão em liberdade! maravilhoso!
ResponderExcluirhttp://rose-sousacoracaodefera.blogspot.com.br/
Um lindo find pra ti!
Carlos Brunno meu parceiro vim pedir um favor pra vc, Me ajudar a divulgar meu blog, principalmente pq criei um novo quadro no meu blog. e como versa sobre rock, acho que seu público pode se interessar também, vou colocar o link da postagem dá uma olhada lá e me dá uma força, se puder, sem forçar a barra... Um abç
ResponderExcluirhttp://poesiatuttifrutti.blogspot.com.br/2013/07/um-poeta-no-rock-syd-barret.html
Estou apreciando a novela, e admirando as escritas em forma de poemas!
ResponderExcluirLindo poema, amei do fundo do meu core, <3.<3
ResponderExcluirEu amo as estórias de mil e uma noite
ResponderExcluirPor favor: - Quem escreveu o poema acima?
ResponderExcluirÉ de minha autoria, prezado (a) Unkown. Sou Carlos Brunno Silva Barbosa, administrador deste blog e autor deste poema e da maioria dos textos aqui postados (quando não sou o autor, costumo dar os créditos no comentário inicial).
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