O "Verse essa canção" é dedicado ao músico valenciano Fael Campos, que se apresentará hoje, dia 29, às 19 h, no evento "Show da praça", no Jardim de Cima, em Valença. Escolhi a música "Dentro dos teus olhos" pra minha (sub)versão. A canção original, finalista no Festival da Música de Rio das Flores/RJ, merece destaque por seu lirismo apurado e romântico.
Acompanhei o amadurecimento musical de Fael Campos, pois sempre participamos juntos de diversos eventos (entre eles, os do lançamento do meu sexto livro "Diários de Solidão" (2010) e do Sarau "Diários de Solidões Coletivas", no evento "Arte Valença!" - que aconteceu no mesmo lugar onde o compositor e cantor irá se apresentar.
Acompanhei o amadurecimento musical de Fael Campos, pois sempre participamos juntos de diversos eventos (entre eles, os do lançamento do meu sexto livro "Diários de Solidão" (2010) e do Sarau "Diários de Solidões Coletivas", no evento "Arte Valença!" - que aconteceu no mesmo lugar onde o compositor e cantor irá se apresentar.
Na minha (sub)versão, tentei manter esse caráter romântico, aliando, no estilo de escrita, as influências musicais de Fael Campos (Engenheiros dos Hawaí, etc). Inclui, dentro da versão, parte do título da canção de Zé Ricardo ("A hora certa chegou"), também interpretada por Fael Campos em Rio das Flores. Abaixo do "Verse essa canção", os leitores podem conferir um vídeo de Fael Campos e Zé Ricardo interpretando a canção original.
"Eu tenho dúvidas e muito medo
Mas uma hora vou ter que falar
Não posso mais guardar este segredo
E nem sei por onde começar"
Mais uma vez esse laço invisível de timidez refaz o nó em
meu pescoço – suicídio silêncio em minhas cordas vocais. Mas o segredo guardado
nos cofres da consciência apaixonada escandaliza o meu corpo inteiro e me avisa
que todo meu sigilo de medos está ameaçado...
"Só sei que quando você está perto de mim
O tempo voa e tudo fica no lugar
Não sei se isso é bom ou ruim
Mas vou me arrepender se não tentar te contar"
E você está ao meu lado como isqueiro próximo ao maço de
cigarros – preciso acendê-los, mesmo correndo o risco de ficar viciado. O tempo
passa por nós, o tempo sempre passa por aqui, mas você continua ao meu lado,
você continua em mim... E
sua chama me chama na insistência de sua presença: “vem queimar...” Acendo o
vício e, pra sempre, me escravizo? Ou me calo por mais um momento e permaneço
ileso? Ah, eu preciso falar!...
"Que dentro dos teus olhos vi meu futuro chegar
E no seu coração é onde eu quero morar
Porque no meu você já está
E dali não dá mais pra tirar"
Então falo para os seus olhos hipnóticos – trago tagarela em
mim cada vício incontido, contido em seu olhar; a chama já está acesa há tempos
e o cigarro que trago em meu peito sempre desejou, em teu isqueiro, queimar.
"Não sei como tudo aconteceu
Nem o dia que passei a te amar
Foi de repente que você apareceu
Na minha vida e fez tudo mudar"
Desde cedo acendo meus cigarros em seu isqueiro; eles
pareciam apagados em meus serenos silêncios, mas permaneciam ardentes em minha
boca calada. E, na calada da noite, você me apareceu... E, em cada noite
calada, seu encanto em mim cresceu...
"Agora já não posso esconder
Agora já não posso disfarçar
Daqui pra frente quero ter você
Por isso hoje resolvi te contar"
E, agora calada, eu lhe revelo os silêncios meus, na
esperança desesperada de que eles também sejam seus...
"Que dentro dos teus olhos vi meu futuro chegar
E no seu coração é onde eu quero morar
Porque no meu você já está
E dali não dá mais pra tirar"
Então beijo seus olhos isqueiros com meus lábios cigarros –
vejo um amanhã de vícios em meu peito, impossível de controlar... Tão metade em
meus segredos, me entrego por inteiro nessa hora da verdade: sou cigarro a
queimar, prisioneiro libertado, escravo de seu olhar.
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