Domingo quente... Prenúncio de um verão extremo... Posto hoje um poema ardente, publicado no livro "Eu e outras províncias"(2008). Dedicado a todas as musas regidas pelo fogo e o amor, o poema desfaz domínios masculinos na relação a dois e lembra que "garotos perto de uma mulher são só garotos":
vEla
velas brancas acesas
os sapatos pretos dirigindo os pés até a mesa
não é uma religião mas eu acredito
nas noites de lua cheia completa rarefeita
carne ossos
ela tem minha alma
seios curvas
estrada perigosa oculta nas roupas que revelam desejos
segredos
o que ela pensa
quando a primeira gota de bebida
a minha cabeça gira pensando nos pensamentos dela
na minha frente ao meu lado ao meu redor
hipnotizado atomizado pela beleza dela
os olhos dela me rodeiam cheios de rodeios
cavalgam em meus pensamentos primitivos
esquecidos na era glacial
ela é o satélite
eu sou o planeta
minha cabeça também gira
seguindo a rotação dos olhos dela
seu silêncio sensual feminino
seu mistério que me excita me fragiliza
minha rendição masculina
ela me domina
sussurra as primeiras palavras
viola a modernidade computadorizada
com prazeres eternamente humanos
velas apagadas
a fera adormece
em meus braços ao meu lado ao meu redor
eu sou o satélite
Ela é o planeta.
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