Hoje quem compartilha conosco suas solidões é um cavalo poético
da escritora valenciana Elayne Amorim.
Elayne espalha sua chama poética em seu
blog http://culturaletc.blogspot.com/
(muito bom, principalmente as suas traduções poéticas – poemas livres em leve pesado
desespero! Eu recomendo aos fãs do lirismo sem escudos, peito aberto, coração
em ar rarefeito), demonstra sua paixão pela liberdade selvagem e lírica dos
cavalos e traz ao blog a primeira solidão-animal-coletiva-poética:
Solidão de cavalos
Você às vezes se irrita comigo, mas olhe eu aqui, nesta cela
solitária, 24 horas por dia, sem poder correr como gostaria, longe dos meus
amigos, sem poder brincar ou brigar, sem poder deitar-me ao sol ou rodopiar
embaixo de uma chuva. Eu sou forte o suficiente para derrubar tudo isso,
inclusive você, e ir embora. Mas me esqueci de como era ser selvagem,
resignei-me aos seus cuidados às vezes tão bons, às vezes tão estranhos e
dolorosos; resignei-me, dominado por uma força que também não compreendo.
Sabe, às vezes, eu só tenho você para me tocar, para coçar
minha cauda ou me adoçar a boca. Você tem sua casa, sua família, seus amigos,
seu trabalho, seu sono tranqüilo, sua liberdade. Eu só tenho você e a visão de
um mundo que não me pertence mais.
Não preciso de carícias, nem banhos, nem raspagens; não
queria selas, freios, ferraduras... Mas, de repente, passei a acreditar que de
você eu preciso...
Cuida de mim.
Valeu por compartilhar as solidões dos meus cavalos (que muitas vezes são solidões de nossas próprias almas)! Adorei vê-los no seu blog, obrigada.............
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