quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Histórias de Nenhum de Nós: Homenagem aos 25 anos da banda gaúcha que tocou minha vida


Todo mundo elege uma trilha sonora pra embalar sua vida; todo mundo dança no seu ritmo escolhido, numa própria sintonia e assim pratica sua poesia de sobreviver aos estilhaços de cada dia. E uma das trilhas sonoras que escolhi pra dançar em harmonia com meu caos diário foram as músicas de Nenhum de Nós, banda gaúcha que, hoje, dia 05 de outubro, faz 25 anos de carreira. 
Em homenagem a uma de minhas bandas favoritas (amo o som dos caras, mas, infelizmente, até hoje só pude ir em um show deles, na Festa Cultural de Paracambi/RJ - o primeiro que eu iria, no Clube dos Coroados, em Valença/RJ, na década de 90, foi adiado), dedico esse conto-prosa-poética-exaltação-anafórica-ou-sei-lá-como-você-leitor-irá-classificar. O texto foi montado num processo de escrita quase automática, onde usei um certo conhecimento dos nomes de canções e discos da banda, assim como aproveitei a ambigüidade no nome da banda (além de ser o nome da banda, a expressão nenhum de nós também significa ninguém entre nós – o que me permitiu alguns trocadilhos com objetivo de dar duplicidade de sentidos ao texto – nenhum de nós é um personagem e também não é ninguém entre nós - , ao mesmo tempo que busco fazer uma exaltação ao grupo musical). Espero ter tido um mínimo de êxito na tarefa e, assim, deixo pra vocês a minha postagem a Nenhum de Nós e convido os leitores a também prestarem suas exaltações àqueles que lhes concedem a trilha sonora de suas vidas:

Histórias de Nenhum de Nós

Hoje homenageio Nenhum de Nós. Há tempos Nenhum de Nós anda conosco. No início, Nenhum de Nós contava histórias do marinheiro que perdeu as graças do mar e nos falava do que Clark Kent não viu. Nenhum de Nós teve coragem de denunciar as violência contra Camila. E assim Nenhum de Nós ficou famoso.
Entre fugas e chegadas de astronautas de mármore, Nenhum de Nós trouxe-nos mais um cardume de novidades, histórias pescadas enquanto caminhava.
Sim, Nenhum de Nós era muito extraño. Vivia perdido em livros, entre o inferno e o céu, contando coisas que eu não entendo sobre o tempo.
Ao meu redor, o mundo girava quando Nenhum de Nós contava-nos viagens pelo mundo diablo, argonauta das histórias reais de seres imaginários.
E Nenhum de Nós continuava sempre mudando... nenhum de nós sabia onde Nenhum de Nós estava em 1993. Um dia, nenhum de Nós voltou cheio de paz e amor, feedbacks de tempos bons que não voltam mais, apesar de eternamente gravados em nossa dança do tempo.
Hoje faz 25 anos que Nenhum de Nós está conosco, sempre tão perto e tão distante; Nenhum de Nós é amigo de nossas ausências. Atualmente Nenhum de Nós cobre nossos vazios com os mistérios profundos dos seus contos de água e fogo. Melhor e diferente, Nenhum de Nós é sempre o mesmo para quem o conhece: falsamente passageiro, outono outubro estranho como aquele último beijo; eterno, verdadeiro, conhecido estrangeiro sem início fim na primavera de nossos corações. Nenhum de Nós está em nós e nenhuma distância afastará esse nosso abraço amigo! 

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