Hoje, dia 21 de setembro, comemora-se o Dia Nacional da Luta dos Deficientes e, apesar de alguns progressos vitoriosos nesta batalha, ainda enfrentamos diversos preconceitos e dificuldades para um avanço real pela defesa da pessoa considerada especial. O discurso político da inclusão dela na escola pública é divulgado com otimismo, porém o que se vê são governos despreparados para a real sociabilização do indivíduo especial na sala de aula - na rede municipal de Teresópolis/RJ, por exemplo, não há profissionais de libras para atenderem a todos os deficientes auditivos de todas as escolas e as salas de aula super-lotadas impedem um ensino diferenciado para alunos portadores de tais necessidades especiais; os anúncios veiculados por empresas em jornais para contratação de 'deficientes físicos' beira o sórdido - é claro o interesse nas vantagens legais e financeiras de tal vínculo empregatício; os patrões continuam explorando de todas as formas, mais interessados no lucro a qualquer custo que no bem estar do empregado, seja ele especial ou não; amigos do facebook denunciam o descaso de alguns com o CIMEE de Valença/RJ; o plano de metas da Secretaria Estadual de Educação quase ignora os alunos portadores de necessidades especiais e assim descaminha a humanidade. E por que reclamo? Por que denuncio? Porque vivemos em trevas coloridas; debaixo das notícias otimistas que a mídia divulga, há muita poeira má pra ser retirada e, no Dia Nacional da Luta dos Deficientes ou qualquer dia de existência nesse universo hipócrita humano, não podemos tapar o sol com a peneira. A luta continua, companheiros e ex-com panheiros!
Posto hoje o POEMARTISTAUTISTA, poema inédito escrito por mim, a pedido de Ellen, mãe de Lucas e eterna batalhadora em defesa dos direitos dos portadores de necessidades especiais. Espero que gostem e nos ajudem na luta (a primeira poeira má a se desfazer é a que suja nossos próprios olhos quando nos deparamos com o diferente, tão igual a nós):
POEMARTISTAUTISTA
Você não me entende não me
entende
Não entende não se entende
Julga-me um maluco
Um doente
Um lunático
Um extraterrestre na sua terra
Quando a única loucura que trago
é estar vivendo aqui
Neste mundo de mudos absurdos
(CPI, corrupção, violências,
esse é o mundo dos normais?)
Quando são seus olhos que estão
enfermos
(a doença está na sua forma de
ver, não na minha forma)
Quando quem busca a lua cheia de
delírios românticos
É você, e não eu
Quando todo mundo se vê como um
corpo estranho
Nesse mundo devasso mundo
Vou repetir repetir repetir
Sou auto, tenho minha própria
visão de mundo
Sou autista - talvez um olhar
mais otimista de todo esse absurdo
Sou o que sou soul autista
Estou aqui
Sou daqui
Na sua frente
Do seu lado
Não sou eu que o ignoro - é você
que não vê
Que eu posso ver tudo como bem
entender
Deixe-me em paz
Você não precisa me entender
Basta me aceitar sem me inventar
QUE LINDO!!!!!!!!!!!!!ESPETACULAR!!!!!!
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