terça-feira, 8 de novembro de 2011

Um tributo a Led Zeppelin: Uma escadaria em meu céu


Em minhas constantes leituras de blogs, me deparo com muitas postagens interessantes. Dessas postagens, destaco hoje os capítulos de “JUVENTUDE, MÚSICA E REVOLUÇÃO CULTURAL: uma pequena história do poder jovem na segunda metade do século XX”, escritos pelo meu mestre e competentíssimo (quem o conhece, sabe que não estou exagerando) escritor-historiador Alexandre Fonseca (quem quiser acompanhar seus escritos, como eu, aí vai o link: http://algumcantoemseusorriso.blogspot.com/ ). Diante de tais leituras e minha ansiedade pelos próximos capítulos que, em breve, descreverão os (ainda mais) psicodélicos anos 1970, descubro hoje que o marcante LP “Led Zeppelin IV” (1971) – aquele que tem “Starway to Heaven”, “Rock’n roll”, “Black Dog” e outras pérolas do rock mundial – fez 40 anos de aniversário de lançamento. Em homenagem a esse mágico álbum do quarteto Jimmy Page (guitarra), Robert Plant(voz), John Paul Jones (baixo) e John Bonham (bateria), passei a tarde ouvindo Led Zeppelin e vendo o sol aos poucos se abrir no céu. Tudo isso me inspirou a fazer uma homenagem ao álbum aniversariante, um tributo poético a esse disco que está na lista dos “200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame”.


Para fazer essa composição poético-psicodélica, me inspirei na sonoridade mística da canção “Starway to Heaven” (após o poema homenagem, deixo-lhes um vídeo da banda tocando a canção inspiradora), a tradução da letra da música citada, o símbolo que Robert Plant adotou no álbum (a pena da deusa egípcia Ma'at, que significa verdade, justiça e lealdade, envolta por um círculo impenetrável que significa vida. De acordo com a mitologia egípcia, Anubis, o deus do julgamento e da morte, pegaria o coração daqueles que morreram e colocaria em uma balança juntamente com uma pena de Ma'at. Se o coração fosse mais pesado que a pena, a alma da pessoa iria para o inferno. Se o coração fosse mais leve que a pena, a alma iria para o céu.), somados a referências ao nome da banda e a fragmentos de poetas, como Alphonsus Guimaraens (autor do hipnótico poema “Ismália”), inspirados no nosso simbolismo brasileiro (movimento poético do final do século XIX cujas características, a meu ver, possuem diversas intersecções com o psicodelismo das gerações de 1960/70). Bem, espero que o Led Zeppelin – em sua floresta musical mística e eterna - perdoe minha ousadia e que vocês, leitores, tenham uma boa leitura:




Uma escadaria em meu céu

Eu sempre vejo aquela senhora sorrindo pra mim
E ela me diz sussurrando em meus sonhos:
- Eu estou comprando uma escadaria para o céu!
E ela sempre me diz que a poesia é ouro
E que é preciso escrever pra enriquecer
Os túneis de nossos corações.

Então meu espírito lhe sorri de volta
E essa troca de alegrias é ouro pra escadaria celeste
Que aquela senhora compra em meus sonhos.
Sem um centavo no bolso, ela é mais rica que todos
E todas as portas se abrem aos meus olhos
E o espírito daquela senhora infla glorioso
Imenso como um zeppelin sobre mim.

Impossível não ver
Aquela senhora que compra uma escadaria em meu céu,
Impossível não ver o impossível crescer
Nessa poesia que é ouro!

E aquela senhora me diz
Que o tudo só depende de mim e de você
E aquela senhora continua a subir
Olhando para o céu e pro mar,
Olhando pra mim e pra você,
Quase a voar...

Então meu coração tenta alcançá-la
No ritmo abraço dos ventos dos tempos
E a voz daquela senhora atravessa a eternidade,
Ultrapassa as tempestades
E eu tento
Sim, eu tento...
Manter meu coração mais leve que as penas
Que ardem no pássaro pesado de meus medos passados
Esse pássaro não voa, senhora... quero penas novas!

E aquela senhora me responde
Que basta ficar longe das pedras que machucam pensamentos,
Que basta sentir as ondas lambendo os pés serenos,
Que basta admirar o céu intenso que se abre em meu peito,
Que a poesia é ouro e está em mim e em você
E aquela senhora responde pra mim e pra você
E aquela senhora é todos nós e Ninguém
E agora eu voo com aquela senhora
E agora só falta você
Venha conhecer...



Um comentário:

  1. Um poema-místico-convite capaz de despertar os instintos poéticos mais profundos mesmo naqueles que pararam ou nunca sequer ousaram escrever uma linha em verso! Inspirador na buscar das escadas para o céu de ouro da poesia! Parabéns!

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