Mais uma vez minha poesia conversa com as melodias de George Harrison (ainda na fase Beatles) e a (sub)versão de hoje foi construída a partir da música "Long, long, long", do "The White Album", de 1968. Desta vez, alterei todo o seu conteúdo e transformei a "canção de amor espiritual" (como classificava Eric Clapton) original num poema desesperado de separação em que o eu lírico vê-se submisso diante dos desígnios da pessoa amada. Fiz isso pra casar com o aspecto fantasmagórico da melodia; meus ouvidos desenhavam leves desesperos enquanto o conteúdo da canção falava de um amor pleno. Confesso que esta foi a incursão mais difícil nas minhas (sub)versões, pois a melodia é arrastada e complexa demais pra uma (re ou des)construção na lingua portuguesa. De qualquer forma, aí vai mais uma georgeharrisoniana - espero que gostem:
Longe, longe, longe
Ontem te vi longe, longe, longe demais
Passeavas como Eva em traje hostil
E imaginar que esse teu brilho
Ainda me tocaria longe, longe, longe demais
Não há alegria, estou longe de tudo
Como podes ainda ser tão vil?
És salva de tiros em minha frágil fronte
Há salva de tiros sempre que me vences
Oh, oh... e eu não sei se brigo
Contigo, Eva, ou comigo mesmo...
Cada vez mais inútil
Oh, ai, dor vil
Tu sabes que estou perdido...
Ooh, ai, dor vil...
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