Hoje, no Dia dos Finados, relembro um poema meu homônimo ao
feriado. Apesar de ter sido publicado em meu quarto livro “O último adeus (ou O
primeiro pra sempre)” (2004), o poema é bem anterior ao ano de publicação do
livro. Começa melancólico, reflexivo e termina inusitadamente irônico.
Questiona essa não-vida presente em nossas vidas no Dia dos Finados:
Dia dos finados
Ajoelhados a um sentimento fúnebre
Os vivos abraçam suas causas mortas
Suas próprias mortes...
É dia dos finados,
É festa no céu,
É chuva na terra.
As lágrimas molham o solo,
Brotam as sementes,
Apagam os sorrisos
E cultivam os sentimentos esquecidos
Os sentidos mortos...
Sentimentos jogados pro céu,
Sentimentos que tentam a tentação do céu,
Enquanto a chuva continua sua inútil tentativas
De apagar as chamas que se alimentam
Dos corpos fragilizados,
Dos ossos fraturados
Desse sentimento inexato chamado Compaixão...
É dia dos finados:
Os mortos abraçam uma nova vida,
Enquanto os vivos agarram a morte...
É dia dos finados!
A morte faz aniversário!
Parabéns...!?
Sempre chove no dia de finados, talvez seja o céu chorando... Gostei do teu espaço!
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