No Dia dos Finados, refletimos sobre nossas perdas, sobre
amigos, parentes, ídolos e desconhecidos que partiram cedo (“É tão estranho/Os
bons morrem cedo/Assim parece ser quando me lembro de você” – Renato Russo).
Por esse motivo, hoje compartilho minhas solidões com uma ex-aluna e talentosa
poeta chamada Fabiana Pereira da Silva. Foi estudante de destaque da EJA no
CEROM e da Oficina Novas Letras.
Lembro-me que seus olhos brilhavam e sua boca
ensaiava um tímido sorriso quando me mostrava seus lindos poemas. Também me
lembro quando, em novembro de 2010, no lançamento da coletânea UniVersos do
CEROM II na Biblioteca do SESC/Teresópolis, ela emocionou a todos com sua obra
prima “Elegia” (poema em exaltação a pessoa póstuma), que publico hoje para os
leitores do blog terem a oportunidade de também se emocionarem. Além do bom uso
das anáforas (repetição de palavras ou expressões em diversos versos do poema,
destaco, na “Elegia” que Fabiana dedicou ao seu falecido avô, a citação de “Por
enquanto”, de Legião Urbana, fazendo assim uma homenagem ao também finado e
eternamente lembrado Renato Russo. Há tempos, não vejo a sensível e dedicada
escritora teresopolitana Fabiana Pereira (quem vê-la, por favor, diga-lhe que
mando saudosas saudações poéticas), mas seu poema, sua obra-prima, permanece
pra sempre guardado na lembrança de meus olhos e nas emoções de meu tosco
coração.
Elegia
Como sinto saudades dos teus calorosos abraços,
Saudades da sua suave voz,
Saudades das suas lindas palavras de carinho e afeto,
Saudades de sentir tuas mãos em meu rosto,
Saudades, saudades, tudo que posso sentir agora,
Saudades, uma mistura de dor e porquê,
Um sentimento tão doloroso que temos que aprender a
conviver;
Eu sei que o pra sempre sempre acaba
E um dia tudo isso vai passar...
Mas mesmo assim pergunto
Por que você se foi, meu querido avô,
E deixou para trás tantas saudades e dor?
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