Hoje lembro um episódio inusitado, ocorrido comigo um pouco antes do início de minha odisseia ao Festival SWU: no domingo passado, eu assistia ao clássico Vasco x Botafogo no Bar da Boa (nome sugestivo e ambíguo, sabendo-se que o bar é um potencial vendedor da cerveja Antarctica, servida pela sinuosa senhora esposa do dono do bar) e, claro, torcia por mais uma vitória do Gigante da Colina. Após o gol relâmpago do meia cruzmaltino Felipe Bastos, o jogo ameaçava tons dramáticos, devido às chances desperdiçadas de meu time (incluindo um pênalti desperdiçado por Diego Souza). O Vasco enfrentava um Botafogo apático, mas não completamente adormecido, e a frágil vitória por 1 a zero me preocupava bastante, tanto que voltava minha atenção toda ao jogo exibido, alheio a tudo e a todos que, como eu, torciam e (dis ou des) torciam o andamento da partida.
O jogo seguia sem grandes lances até que o zagueiro artilheiro Dedé aproveitou um cruzamento e cabeceou pra dentro das redes adversárias. GOOOOOLL DO VASCÃO! Soltei o grito outrora abafado e respirei aliviado a vitória ampliada. Mais tranquilo, pude perceber melhor o universo à minha volta. Foi nesse instante que ouvi dois torcedores vascaínos, expansivamente alcoolizados, apontarem o dedo pra mim e, rindo, insinuarem: "Não podemos perder esse jogo, rá, rá, pois o Herrera está aqui do nosso lado!" Retruquei rindo educadamente: "Herrera é o c....lho!" Eles se divertiram e continuaram: "É o nosso Herrera! Herrera! Herrera!"
Pronto! Já não me bastava aturar as injúrias dos torcedores rubro-negros (com o futebolzinho que nosso arquirrival anda jogando, o máximo que a sua torcida pode fazer é disparar injúrias contra a excelente campanha do Gigante da Colina), agora me torno peça de zoação da minha própria torcida. Feliz com a boa vitória de meu time, levei a brincadeira na boa e deixei o episódio pra trás.
Eu deixei, mas minha namorada Juliana, que assistia ao jogo comigo, não esqueceu o fato inusitado e, após minha volta do Festival da Música SWU para Valença, ela, atônita, me informou sua surpresa ao conferir fotos do argentino atacante botafoguense no Google e confirmou: "Em algumas fotos, você é mesmo parecido com o Herrera! Eles tinham razão..." Então ela me exibiu as seguintes fotos abaixo:
Pronto! Eu que já sou dado a crises de identidade com os meus eus líricos, me torno sósia de mais uma personalidade (quando usava cabelo grande, já me apelidaram de Lobão; no SWU, um rapaz brincou comigo dizendo que estava ao lado de Roger Moreira, vocalista do Ultraje a Rigor, e assim vou me multiplicando como sósia de muitos outros). Relembrei fotos minhas e fatos do passado. Na minha curta vida desportiva em raras peladas em campos de várzea, joguei na mesma posição de Herrera e, com características parecidas: fui atacante de poucos gols e, como o argentino, mais corria atrás da bola do que propriamente jogava com ela nos pés. E para por aí! Minha imaginação é fértil demais pra estabelecer comparações desses tipos.
Tento esquecer o novo apelido, dado por sacanas colegas torcedores vascaínos, mas confesso que, às vezes, quando assisto aos telejornais esportivos que destacam a queda vertiginosa do desempenho do Botafogo no Campeonato Brasileiro, sinto uma parcela de culpa pelos maus resultados de meu decadente time adversário...
Poxa vida!!!!!! Como não tínhamos pensado nisso antes....
ResponderExcluiruahuhauahuahahahah! Brunno Herrera! huahuahuahuahauhauha!
ResponderExcluirRsrsrsrsrs... Pô, tá podendo em Ju!
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