"Somente os instintos sobrevivem num domingo" (Biquíni Cavadão)
É sempre meio perturbador acordar numa manhã cinza de domingo, sozinho... Nesse momento lembrei-me de um poema escrito para o livro “Eu e outras províncias” (2008), é a quarta e última parte do grupo de poemas batizado de “Voyeur”. Dedicado a todos os sonhos sensuais que sobrevivem ao melancólico céu de domingo. Pra ser lido ao som de “Acrilic on canvas”, de legião Urbana (CD Dois):
Delírios de domingo
pra cantar músicas alegres em teu ouvido
nestas tardes tristes de domingo.
Meus olhos escorregam pelo teu chuveiro
como as gotas d’água que banham tuas partes íntimas
nestas tardes quentes de verão.
Meus olhos alimentam-se à tua mesa
excitados com teu apetite voraz
nestas tardes tensas de fim de ano.
Meus olhos vivem pela tua vida
enquanto minha vida anoitece
nesta ardente dependência de outros corpos.
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