segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Poema vascaíno: As conquistas de Evair

O poema que posto hoje é uma versão revisada de um poema, inédito em livro, escrito em 1997, em homenagem ao meu amigão Ronaldo Brechane e ao Clube de Regatas Vasco da Gama, meu time de coração que, ontem, 21 de agosto, comemora 113 anos.
Durante a comemoração do terceiro título brasileiro do Gigante da Colina sobre o Palmeiras, em 1997, Ronaldo e eu tomamos um porre homérico, mais longo que a Ilíada e a Odisséia juntos. Quando estou bêbado e feliz, tenho costume de pedir aos meus amigos um tema (ou dez palavras) pra construir um poema – prova drummondiana de que a escrita poética requer 10% de inspiração e 90% de transpiração. Ronaldo, torcedor vascaíno 90 vezes mais fanático que eu – de cada dez palavras que saem dos lábios de meu amigo, uma é Vascão ou uma variação similar da palavra citada -, citou como tema o Vasco da Gama (claro!) e me deu nove palavras ligadas ao time carioca (essas foram mantidas em todas as revisões, em respeito ao desejo e fanatismo do amigo) e uma outra, abstrata, vascaína pra ele, mas muito além dos campos de São Januário: a palavra amor.
Ronaldinho feliz da vida com seu Vascão
Como conhecedor das aventuras e desventuras do meu amigo naquela época, busquei construir um poema meio épico no objetivo de exaltar, paralelamente, a recente conquista do time-tema solicitado e a trajetória amorosa de meu amigo Ronaldo. Destaco também que Baco é o deus grego da loucura, da folia e da embriaguez, por isso ganhou o status de deus-guia da epopeia fragmentada (e meio bêbada rs) que construí. Já “Evair”, pseudônimo dado ao meu amigo Ronaldo, foi inspirado no companheiro de ataque do ídolo Edmundo na seleção vascaína de 1997. Pra ser lido ao som de “Eduardo e Mônica”, de legião Urbana, “Léo e Bia”, de Oswaldo Montenegro, “Julho de 83”, de Nenhum de Nós, e claro, pelo Hino do C. R. Vasco da Gama.

As conquistas de Evair (Uma história de amor de torcedor em 1997)

Nos idos de 1997,
Evair possuía duas paixões:
Luísa, a musa-prima de suas emoções,
e o Vasco da Gama, seu time de coração,
mas Luísa é eternamente do primo Basílio
como nos lembra o escritor Eça de Queirós
e futebol é uma caixa de surpresas;
nem sempre a Cruz de Malta é campeã...
Então passa-se o dia, vem outra noite
e... pronto! Já é de manhã!
O tempo amadurece idílios portugueses que esvoaçam.
Evair negou duas coisas:
a derrota no Campeonato Estadual daquele ano
e os sonhos de sua vizinha Natália
de invadir o quarto dele e lhe dizer: “por que não eu?”
como numa antiga canção da Kid Abelha
que Evair nunca escutara (Evair nunca entendeu...)
Então é outra festa na cidadezinha onde morava,
coincidindo com as vitórias sucessivas
do Gigante da Colina no Campeonato Brasileiro,
o vascaíno empolgado exaltava Baco
enquanto bebia uma, duas caipirinhas
e o coração pedia mais
e Luísa estava longe               longe demais
e Natália estava ali
bem pertinho de Evair...
Um beijo na boca,
uma troca de afetos,
o fútil e passageiro se tornando eterno;
Evair profetizou muitas coisas erradas
- sempre negar sua vizinha foi a profecia mais falha -
Evair é humano, é comum se enganar
e Natália, a musa outrora rejeitada,
transformou-se em sua deusa particular!
Um abraço,
um laço,
Natália e Evair,
Evair e Natália,
caminho
atalho
pro inesperado amor...
Então é mais um título no Maracanã,
o Vasco é tricampeão brasileiro,
Edmundo é artilheiro
e Evair, nosso enamorado torcedor,
é duplamente vencedor.
Vamos, vamos todos cantar de coração
Evair e Natália,
Natália e Evair,
a Cruz de Malta e a paixão!

Um comentário:

  1. Poo legal mesmo. Lembrei até do dia que vc escreveu. É bom a gente se recordar das coisas boas que passamos; apesar de chegar a conclusão que a DNA (Data de Nascimento Avançada) está cada vez mais próxima. rsss. Mas não podemos negar foram anos bons tempos.
    Não tenho nem palavras para agradecer pela homenagem, então vai ter que ser no "MUITO OBRIGADO MESMO"!!!!
    Abraço!!!
    Ronaldo "Evair" Brechane
    PS: Domingo tem espetinho de urubu!!!!!

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