Cada vez mais o minuto final para mais um fim de mundo se aproxima e isso me faz lembrar daquela canção da banda de rock paulista CPM 22, que já ouvi incessantemente (alguns rockeiros torcem o nariz quando digo isso, mas foda-se, os ouvidos são meus e o prazer que o som da melodia me traz só eles podem me dizer) : "Um minuto para o fim do mundo, / Toda a sua vida em 60 segundos, / Uma volta no ponteiro do relógio pra viver". Lembrar essa música me fez criar um poema com um eu lírico tão em crise quanto o da canção.
Dedico essa nova versão para "Um minuto para o fim do mundo", do CPM 22, aos amigos leitores que ouvem canções de todos os jeitos e sabem o quanto a ausência de alguém nos faz sofrer e aos CPManíacos como minha poeta amiga Clarice Raquel Starling Freire ou Raquel Johns ou seja lá quem ela quer ser nessa véspera de fim de mundo - o importante que sejamos sempre múltiplos e saibamos lidar com o tempo que corre contra nós!
Um minuto para outro fim do mundo
Um minuto para outro fim do mundo
e o ponteiro dos segundos continua a se mover
(não, o tempo não vai se comover
comigo sem você...)...
Sessenta segundos para a falta de ar
(se o ponteiro se mexe,
nem um minuto tenho mais...)...
Agitado no quarto estático
eu não consigo paz
para descansar...
Amar, abraçar, casar, ficar,
ar, ar, ah! tantas palavras com ar
e você escolheu logo o verbo deixar,
me deixar...
Fecho os olhos, respiro fundo
os últimos segundos do fim do mundo
e o ponteiro completa sua volta
e a vida respira na casa deserta
e nada acaba
nem mesmo cessa essa falta de festa,
e agora o que me resta?
Mais um minuto de outro dia qualquer,
mais uma madrugada a sofrer,
tudo minuto marca o fim de tudo
nesse relógio sem futuro,
nesse ócio sem você...
Caro Brunno,
ResponderExcluirMaravilhoso!
Obrigada pelo poema que já vinha me prometendo há algum tempo, mas não haveria melhor hora para fazê-lo.
Obrigada por estar sempre aqui.
Grande abraço,
Clarice ou Raquel ou Jhons ou os dois! rsrs.