No corre-corre
para o próximo fim do mundo (é amanhã, agende-se!), compartilho mais um fodástico
poema do valenciano João Júnior, vocalista da banda The Black Bullets (em
tempo: caso o mundo não acabe, ele vai estar com a Old Brown Band (junto de Cristiano
Ferreira Claudio Morgado, Felipe Martins e Renato Nunes) dia 22, sábado, ás 23:30h, no
Pesqueiro Do Vitinho, tocando clássicos do rock: Led Zeppelin, Deep Purple,
Beatles, Pink Floyd, Dire Straits, Rolling Stones, Creedence e muito mais.
Falo pouco
desta vez, pois o poema fala por si só e a vida tem pressa:
ÀS VÉSPERAS
às vésperas do
fim do mundo
entregue as
vespas, a eternidade
ao invés da
espera, a pressa
entre aspas, a
vontade
se é dezembro
nem se lembra
as flores da
pele nascendo
a plenos
pulmões gritando
a poucas horas
do juízo final
a muitos
quilômetros de casa
não há mais
futuro
nem juras, nem
muro
nem tempo pro
sono
nem pras contas
de luz ou telefone
só para o
abandono
Oh vida, não
me abandone
uns seguram
rosário
outros saem do
armário
uns confessam
segredos
outros
enfrentam seus medos
uns bebem
absinto
outros vomitam
o que sentem
uns com sede
de sexo
outros com
sede de sangue
como um
bumerangue numa elipse
as coisas
voltam pra você
enfim, não
teve apocalipse
então você
volta a viver
pra sua casa,
suas rotinas, seus tédios
suas doenças,
seus remédios
retorna às
suas promessas
sem pressa pra
cumprir
sempre esse
marasmo
hora pra comer
e pra dormir
acordar cedo
pra trabalhar
acordar cedo
pra cuspir
o filho
pródigo retorna ao seu cotidiano
as vésperas de
só mais um fim de ano.
João sempre sempre muito bom!
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