Hoje comemoramos o fim do fim do mundo que nós mesmos
inventamos. Nesses momentos, imagino o fodástico poeta mato-grossense Manoel de
Barros, que recentemente fez aniversário (fez 96 anos no dia 19 de dezembro),
rindo sozinho em sua casa com essas festas do imaginário popular.
A pedido da
professora (e outrora poeta, nos tempos juvenis) Flávia Vargens, o poeta-pateta
que vos fala ouviu o pedido dela e aceitou um dos desafios mais difíceis de
todos que já recebera: fazer uma homenagem ao fodástico Manoel de Barros que
reacendeu a chama de poesia na Literatura Brasileira e demonstrou que o prazo de
validade de seus versos só terminam na eternidade. Aproveito a homenagem pra
revelar uma inverdade verdadeira: pra mim, esse papo de fim de mundo é mais uma
invenção do poeta Manoel de Barros, que de maia só tem os traços poéticos de
uma engenhosa farsa literária.
Traquinagens do menino de Barros
O menino de Barros inventou o homem que não inventou mais
nada.
Então o menino desinventou o homem e criou o fim do mundo
que nunca acaba.
O menino – agora todo no lugar do homem, porque este não
valeu nada – passou a criar asteróides em conflitos pacíficos, inventou até
profecia dos maias.
O menino agora declara-se homem, engana todos e se consome
em delírios assassinos de matar o invisível para se manter vivo.
O menino, batizado Manoel, fingindo de João, mata sete, mata
borrão, mata mundo, mata pé de feijão, mata tudo sem sair de casa, sem erguer
uma arma.
O menino de Barros – esse ser tão amalucado – mata todo o
universo inventado só para dar à morte trabalho de inverdades.
Assim ela fica ocupada, enquanto o menino poeta inventa a
eternidade.
Muito bom, Cara!
ResponderExcluirNão parece ter sido desafio pra você; pegou uma linha de raciocínio e foi embora!
Grande poema!
Manoel de Barros é o cara e esse poema ficou a cara dele rs! Muito foda!
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