No ano passado, iniciei com os oitavos anos da E. M. Alcino
Francisco da Silva a criação de um Arcadismo Teen, ou seja, a produção de
poemas jovens voltados para a tranquilidade do campo (locus amoenus), para o
aproveitamento máximo da vida imediata (carpe diem), em oposição ao caos dos
centros urbanos (fugire urbem). Com excelentes poemas, alguns até premiados em
concursos nacionais, os poetalunos dos oitavos anos do ano passado fundaram o
Arcadismo Teen. Como, nesse ano, os outrora oitavos se tornaram nonos anos e
estão se formando, as missões de dar continuidade ao Arcadismo Teen e de não
deixar o lirismo rural cair se tornaram responsabilidade artística do 8.º Ano
C. E, como sublimes e dedicados artistas, eles deram conta do recado!!! E ainda
realizaram o primeiro sarau árcade teen do Parque Nacional, com a participação
super-especial de Danilo, do 8.º Ano B, e dos professores Daniel (de Inglês, no violão), Kelly Sodré
(História), Genaldo Lial (Educação Física) e do professor-pateta-poeta que vos
escreve (vocês podem ver o feito no vídeo abaixo).
Nesse período de pré-férias (pode confessar, todo mundo está
precisando de um descanso nesse começo de fim de ano), nada melhor que curtir a
vida, a poesia e o campo. Tenho o prazer de apresentar para vocês, amigos
leitores, algumas obras-primas do Arcadismo Teen 2012:
Sem rumo e sem destino
Queria sair daqui
Pra olhar a natureza,
Natureza essa que reflete na água do riacho;
Queria ouvir o canto dos pássaros,
Sentir o cheiro das flores
Tocando o meu nariz,
Sentir a brisa refrescando
Todo o meu corpo,
Sentir os arrepios na pele
Ao ser tocado pelo vento,
Andar a pé
Sem rumo e sem destino
Pelas ruas de terra.
Victor Branco
Carpe Diem
Todos os dias eu levanto e olho...
Olho pela janela do meu quarto
aquela linda paisagem:
árvores, pássaros e flores.
Aquele cheiro de natureza,
correndo pela minha veia.
Tenho a cada dia da minha vida
orgulho de dizer “carpe diem”.
Digo “Carpe Diem” para as árvores, terra e rios...
Ah!
Hoje queria estar em casa
Perto dos pássaros e da natureza,
Mas estou na sala de aula
Que mais parece uma cadeia!
Queria ouvir o canto dos pássaros,
Tomar banho nas águas cristalinas do rio
Que passa pela mata,
Cujas águas transparentes
Dá até pra ver os peixes coloridos:
Verdes, azuis, amarelos, vermelhos,
De todas as cores.
Ah, hoje eu queria estar em casa!
Kesley Branco
Estrada de chão
Eu não agüento este barulho
De motor batendo,
Elevador subindo e descendo,
As máquinas gritando,
As pessoas reclamando.
Bom é o campo:
Os matos dançando,
Os pássaros voando,
Os grilos sussurrando!
Estrada de chão,
As frutas na mão,
Isca na vara,
Pego até capivara!
Não tem poluição,
Gente jogando papel no chão,
Gente da cidade, gente sem noção,
Não sabem o que é bom!
Só me falta uma casa de sapê
Para deitar na rede
E aprender a viver!
Guilherme Martins Borges
Quanto vale a natureza?
O canto dos pássaros,
As árvores,
O sol, a lua, as estrelas,
A lua iluminando o sol.
Quero acordar todo dia
E ver as árvores dançando
Com o canto dos pássaros.
O Dedo de Deus,
Que aponta para o céu
Como se Ele estivesse lá
Sempre para nos proteger.
Quanto vale a natureza?
Pra mim, não tem preço.
Gabriella Azevedo
Motivos
No meu campo,
há felicidade;
lá há muitas vidas
longe da cidade.
Vivo num lugar
em que a vida é feita de vida,
em que o mundo é feito de vida,
onde tudo tem motivo pra ser vivido.
No meu campo,
vejo a alegria no rosto das pessoas,
as árvores balançando
e os animais brincando com a vida.
Diana Moura Jorge
Eu queria
Eu queria estar no Parque Nacional,
no meio da natureza,
num lugar tranquilo e sossegado,
sem o barulho dos carros,
das pessoas gritando com raiva do trânsito.
Ah, sim, a natureza!
Deitada na grama vendo o céu escurecendo,
vendo as estrelas, a lua, é uma coisa de outro mundo!
Quando o sol nasce,
acordo com o canto dos pássaros,
um som bem melhor que as buzinas dos carros.
Ah, como eu queria ser Tarzan,
viver na natureza com os bichos,
comer as frutas direto dos pés, uma maravilha!
Mas – que pena! – é tudo um sonho...
Fico estressado com as buzinas e o trânsito.
Pelo menos, vejo o Dedo de Deus nos protegendo.
Essa é a melhor realidade.
Caroline de Almeida Rocha
Aos meus olhos
A natureza é a vida,
é o mundo lá fora,
é o meu lugar,
onde eu posso sorrir, brincar
e dançar!
Olhando o céu à noite,
sinto-me flutuando,
vejo a vida passando
em frente aos meus olhos...
Victória Karollynne
Meu lugar
Esse é o meu campo
Onde a plantação é o meu sustento.
O que seria da cidade
Se não semearmos o alimento?
Gosto de dormir no sereno,
Contando as estrelas até cansar.
Durmo com o canto dos grilos
Que ficam a noite inteira a cantar.
Amanheço com o sol no rosto,
Com o galo a cacarejar,
Com as árvores dançando ao vento,
Com os pássaros que não param de cantar.
Essas matas são lindas,
Mas o homem está a devorar;
Estão querendo trazer a cidade para o campo,
Mas não quero, porque na cidade sossego não há.
Esse é o meu campo,
Lugar que eu amo e sempre vou amar.
Pra cidade nunca irei
Pois o campo é o meu lugar.
Maiara de Souza Branco
Verdinho
Saindo da escola,
observo a natureza:
mato verdinho,
como é linda essa grandeza!
O azul do céu,
os passarinhos cantando,
como é bom ser livre,
ando assim pensando...
As pessoas desse mundo
muitas coisas não aproveitam,
não sabem o que perdem
e ao certo o que querem.
Nesse mundo tanta coisa
às vezes nos faz sofrer,
mas tenha paciência
que um você irá vencer.
Desde já vou me despedindo,
mas irei ressaltar:
aproveite melhor a vida
e tudo que há nesse lugar.
Neliane dos Santos Silva
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