Estão chegando os últimos momentos do fim do ano e cada vez
mais compartilho solidões poéticas com novos poetas fodásticos (enquanto o ano
se renova após 365 dias, as novidades artísticas aparecem a cada momento; não
estamos sós nestes “Diários de Solidões Coletivas”). Hoje apresento aos amigos
leitores o fodástico poeta e músico valenciano Eddie Mendonça e seu grito
poético por liberdade. Fã de Metallica (segundo o autor, são as melodias dessa
tradicional banda de heavy metal que o inspiram a escrever), o autor nos traz
os efeitos libertários de um beijo, muito além da carne, muito além de um
simples encontro de lábios.
Seu estilo poético me lembra Baudelaire (sim,
aquele das “Flores do mal”; recomendo a leitura do poema “Letes”, onde o eu
lírico fala que beijar a pessoa amada é como mergulhar no Letes, o rio do
esquecimento na mitologia grega, onde os mortos mergulham antes de
reencarnarem, antes de reencontrarem a vida).
Beijemos, amigos leitores, esqueçamos, pelo menos por um
breve momento, todo sofrimento e vamos viver, por um próximo ano mais próspero,
por uma vida que se renova a cada contato de lábios, a cada encontro do amor.
Livre
O teu beijo me tira completamente de mim
E aquilo que vejo, meu corpo imóvel, vazio, enfim.
Teus braços me levam
Aonde nada é humano,
Aonde sofrer é profano,
Aonde estou livre,
Livre da carne doente,
Livre da dor que se sente,
Do que pensava que era o viver,
Daquela prisão doentia.
Dia a dia, sofria,
Sentia que a cada passo dado, morria.
Só peço agora a honra de ver meu sofrimento
Aprisionado, apodrecendo,
Senti-lo morto, sentir-me vivendo,
Só então estarei em paz.
Carlos Brunno, me vi neste poema. Foda!
ResponderExcluirO Eddie tem esse dom, Edna,de traduzir esses milhões de sensações que sentimos em forma de poema. Não é á toa que, no último sarau, quando ele me mostrou o poema e me perguntou se eu poderia interpretá-lo, eu não hesitei em falar que sim e sequestrar a obra prima pro blog rs
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