Sabe aqueles desenhos que, na adolescência, fazemos nos
espaços vazios ou nas folhas finais dos cadernos escolares (às vezes, quando
concluímos os exercícios, outras vezes, no meio de uma aula chata – neste
segundo caso, hoje, como professor, me cabe censurar, afinal como a aula vai
ficar interessante se continuarmos a hostilizá-la?)? É, sabe aqueles desenhos
feitos com tanto esmero e fervor juvenil? Pois é, ninguém liga pra poesia
contida naqueles desenhos. Por isso o blogueiro que vos fala resolveu, a partir
de agora, valorizar a poesia sem palavras contida em cada um desses desenhos –
a partir de agora, os desenhos da adolescência tem vez e, assim, suas solidões
e incompreensões unem-se à coletividade do blog! É uma forma de resgatar muito
da minha arte incompreendida por alguns professores da minha adolescência (se
não fossem as professoras de Português Ieda e Selma Monteiro, mais o
poeta-mestre Moacir Sacramento, o poeta que vos fala não existiria – lembrando
que comecei desenhando; minha mãe guarda alguns dos meus traços tortos até hoje
rs), é uma forma de sobreviver o adolescente em mim, nas minhas solidões
coletivas (com pretensão que ele sobreviva nas tuas também, amigo leitor), é
uma forma de não enlouquecer envelhecidamente por completo, é uma forma de
reformar a forma. Por isso, aqueles desenhos não serão mais aqueles; serão
esses, pois eles estão e sempre estarão aqui; sempre que se destacarem aos
olhos adolescentes, sempre que trouxerem o diferencial potencial, os desenhos
adolescentes serão poemas sem palavras com muito pra dizer. Lembro também que grandes artistas, como John Lennon, começaram assim (o caderno de desenhos juvenis do ex-beatle valem uma fortuna após seu falecimento!).
E recomeço essa nova solidão compartilhada do blog com os
desenhos de Lorraine Ferreira, que inspiraram a introdução dessa postagem.
Aluna do sétimo ano, a teresopolitana Lorraine é corinthiana e amante das artes
e do rock (seja o happy rock do Restart – que eu confesso não gostar, mas gosto
não se discute no momento em que compartilhamos com o coletivo plural e artístico
– ou o hard rock de Guns n’ Roses). Abaixo posto dois desenhos da jovem
artista: o desenho que ela fizera de um integrante da banda Restart – reparem
na aliança da bandeira do Brasil com o símbolo da banda no fundo, somados à
preocupação da artista com detalhes do muso inspirador (tatuagens, etc.) – e um
outro, extremamente terno e romântico, com inspiração nos traços do mangá (dos
quadrinhos japoneses). Boa leitura, jovens leitores e que a chama de nossos
olhos nunca percam aquele ‘restart’ (em português, ‘reiniciar’, ‘recomeçar’)
adolescente:
espetacular.
ResponderExcluir