Hoje compartilho mais uma vez minhas solidões poéticas
com minha companheira e poeta Juliana Guida Maia, desta vez inspirada na
furiosa canção da banda valenciana Gadernal, liderada por Giovane Nogueira. Desde
que o Gadernal lançou o vídeo extremamente lírico (vocês podem assistir ao vídeo,
logo abaixo do poema) dessa canção prognoise (mistura de progressivo com noise),
Juliana se interessou pelo título da canção composta por Giovane Nogueira, fato
que acabou inspirando-a a produzir o furioso poema abaixo.
O poema já foi declamado pela autora na primeira edição do
Sarau Solidões Coletivas in Bar e ganhou elogios e aplausos da maioria da plateia,
inclusive do autor da canção original. Um poema desabafo, noisado, furioso,
docemente perturbador, tudo que um ser humano quis dizer ao seu inimigo íntimo (todo mundo tem um; não seja hipócrita, rancoroso amigo leitor) e não teve a
ousadia lírica de Juliana Guida Maia pra falar:
Sinceramente eu quero que você Morra
(inspirado nessa incrível frase do Gadernal)
Tua presença de sal travestida de olhar doce
Teu cheiro fétido enganado em perfumes melados
Teu véu de fel emaranhado em cabelos encaracolados
Tua hipocrisia me enaltece de palavras nada poéticas
Grandes palavras, pequenos palavrões
Três palavras com P que não começam com poesia
Mas na censura adulta do dia a dia ... calo
Resta-me somente roubar pra ti um verso
“Sinceramente eu quero que você morra"
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