Em homenagem ao poema “O primeiro adeus”, de Raquel Freire, que compartilhei há pouco, relembro meu poema homônimo ao dela, publicado em 2004, no meu quarto livro “O último
adeus (ou o primeiro pra sempre)”. Como o poema de Raquel Freire, o meu também
relembra a dificuldade de dizer adeus, deixar o outro partir sem mim, sem si,
sem se, dizer adeus sem saber dizê-lo. Dedicado a todos os eus líricos que
partiram e se partiram na partida da pessoa da pessoa, a todos os eus que leem a
proximidade da distância e, inexperientes com as frequentes despedidas, nada
podem fazer além de, cheios de vazios, tentar dizerem adeus...
O primeiro adeus
Cadê tuas mãos? Por que as escondes?
É tão estranho este teu medo inesperado
de me tocar...
Cadê teu sorriso?
Algum sentimento teu adoeceu
e agora me sinto doente também
Não sentes? Estás morta?
Não... É apenas teu coração
distanciando-se de mim...
- Vamos dar
um tempo – tu dizes.
Mas que tempo é esse? Hoje, amanhã, nunca ou pra sempre?
Agora percebo como és egoísta;
mal administro meu tempo
e ainda queres um pouco dele pra ti?!?
Sabes que não posso dar o que não tenho,
não posso esperar... O relógio sempre corre do meu pulso:
não tenho tempo, estou perdendo tempo contigo...
E lágrimas querem libertar-se de meus olhos,
passear pelo rosto como moças que esperam seus pares
num canto escuro do salão - eu dancei...
Mas homens não choram...
então esperarei tu saíres pra voltar a ser um bebê.
A tua partida me lembra o adeus do ET de Steve Spielberg:
és mais uma alienígena que abandona minha vida,
levando um pedaço de mim...
Meu coração adormece em teu quarto
e acorda aprisionado em tua cama,
sem entender o que aconteceu,
sem saber dizer adeus...
Obrigada por lembrar do meu poema querido Carlos Brunno! Que maravilha é tornar sentimentos tão intensos em versos e jogar p o universo afim d compartilhar com outros o qto é difícil dizer adeus. Parabéns, continue com esses trabalhos maravilhosos, sou tua fã!
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