quarta-feira, 25 de julho de 2012

A Escrita Back In Black: O escritor, enlutado, a vida ativa



Hoje, dia 25 de julho, não é só dia do escritor. Hoje faz 56 anos que o navio italiano Andrea Doria, que seguia para Nova York, naufragou após se chocar com o Stockholm (sim, o nome da linda canção, composta por Renato Russo, foi retirada desse fato histórico). Hoje faz 38 anos que a banda AC/DC lançou o seu primeiro álbum após a morte do vocalista Bon Scott, “Back in Black”, que já vendeu mais de 40 milhões de cópias no mundo inteiro (lembremos o refrão da canção- título: “'Cause I'm back! Yes, I'm back! / Well, I'm back! Yes, I'm back! / Well, I'm baaack, baaack... / Well, I'm back in black, / Yes, I'm back in black!” – traduzindo: “Porque eu estou de volta! Sim, eu estou de volta / Bem, eu estou de volta / Bem ,eu estou de volta, volta / Bem, eu estou de volta do luto, / Sim, eu estou de volta do luto!”). Hoje é dia do motorista, dia de refletirmos os perigos das rodovias, é dia de pisar no freio da morte e se dirigir atento de volta pra vida. Sim, hoje não é só dia do escritor, é dia daquele que, mesmo em luto, eterniza o mundo com palavras de vida.
Voltemos à vida, leitores, escrevamos, leiamos, voltemos sempre de volta do luto!!!

O escritor, enlutado, a vida ativa

Andrea Doria naufraga quando, saindo da Itália, pra Nova York seguia,
Mas o navio italiano afogado agora é título de uma canção brasileira e bonita
Que reflete as águas que nos afogam, as lágrimas infinitas,
A dor enlutada se tornou uma composição imortalmente ferida,
Viva Legião, viva o compositor, viva o escritor, viva a vida!
Enquanto as rodovias cansadas pelas arbitrariedades dos motoristas
Choram asfaltos de sangue, falta de freio e excesso de gasolina,
Entre o caixão e a enlutada família, o poeta escreve uma nova elegia:
Hey, minha gente sofrida, veja o morto se levantar, veja uma nova vida.

Meus heróis morrem de overdose todos os dias,
Assim como falecem ideologias em todas as esquinas,
Os Bons Scotts morrem em bons scotchs todos os dias,
A arte maltrapilha caminha pelos casarões em ruínas,
Mas, tudo que na vida se arruína, na arte se eterniza,
Na escrita, tudo ressuscita (até mesmo aquela praça destruída
Na administração falida – eis as palavras, elas estão vivas,
Até a minha praça arruinada de frente pra Rua Azael Farina
Está sendo reconstruída pelos sonhos do escritor, pela imaginação ativa).

Estamos de luto, mas a poesia está viva!
Estamos de luto, mas a prosa ressuscita!
Estamos de luto, mas temos a escrita!
Estamos de luto, mas voltamos pra vida!

Um comentário:

  1. Perfeito! Todos os dias acontecem coisas que marcam e ficam na história, e é inspirado nesses acontecimentos que o poeta, ou escritor, escreve e se eterniza... Um dia iluminado p vc! Bjs

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