Olá, caros leitores, bem vindos ao blog daqueles que guardam um sorriso solitário no canto dos lábios que versam sonhos coletivos. Bem vindos ao meu universo virtual poético, bem vindos ao mundo confuso e fictício ferido de imortal realidade. Bem vindos ao inóspito ambiente dos eus líricos em busca de identidade na multidão indiferente, bem vindos ao admirável verso novo.
Yeah!!! Depois de um ano de existência, as solidões coletivas chegam á sua maturidade: agora não sou só eu que compartilho solidões poéticas - elas agora se espalham entre os escritores e leitores e a estrela da poesia brilha cada vez mais única e coletiva! Hoje posto o fodástico poema "Um quarto de menina", da poetamiga valenciana Cíbila Farani (é a segunda vez que a poeta traz seus cantos e encantos para o blog), escrito em homenagem a Raquel Leal e seu "quarto de voar". O poema de Cíbila traz-nos aquela singeleza e ritmo raros, lembrando o estilo de grandes poetas como Mario Quintana e Manuel Bandeira.
Outra novidade que faz o poeta blogueiro que vos fala imensamente feliz é a confirmação da participação de Cíbila no Sarau Solidões (cada vez mais) Coletivas In Bar 5: O Quinto Engradado Lírico, a ser realizado no Bar e Restaurante Costelão, em Valença/RJ, no dia 18 de agosto, ás 18:30h.
Voemos mais uma vez, leitores, voemos!!!
Ah um quarto de menina
Nada nesse mundo se compara a um quarto de menina
Seu perfume de tantos vários outros perfumes misturados
Dança no ar
As pedras dos brincos pendurados na borboleta de enfeite
Brilham no ar
O som das risadas em tardes inteiras deliciosamente
desperdiçadas
Ecoam no ar
Echarpes e lenços e meias de seda com broches de libélula
Hoje compartilho minhas solidões poéticas com a poetamiga valenciana
Raquel Leal. Atualmente residente em Volta Redonda, conheci Raquel através da rede
social facebook e, assim, começamos a trocar ideias líricas. No início, Raquel
Leal mostrou-se receosa de mostrar seus poemas-pássaros para os olhos famintos
de asas dos leitores, porém, com o tempo, à medida que as asas de seu lirismo
cresciam, a poeta tomou coragem, libertou da gaiola do medo e da timidez os
poemas-pássaros e resolveu nos apresentar o seu ‘quarto de voar’. Grande poeta,
amante insaciável do bom uso das palavras, dona de um lirismo alado e
brilhante, Raquel Leal declara-se ser muitas, e gostar de ser assim. “Não caibo
em uma definição congelada, estática. Alimento minha alma com poesia, com
música, com gentileza e alegria. Gosto do belo e preciso dele, preciso da arte,
seja ela qual for. E eu tenho asas...”, declara a fodástica poetamiga.
E, agora, leitores, abram os olhos e voem, voem no fascinante
quarto lírico de Raquel Leal:
Quarto de voar
Na penumbra da noite,
Dentro do meu quarto de dormir,
Sinto o conforto da chama da vela.
O reposteiro vazio faz com que anseie,
E meu querer já não é quietude.
Como dormir se meu pensamento voa alto?
Repenso as regras que uma moça direita deve seguir.
Aspiro coragem...
Convido-te a entrar e conhecer esse lugar sagrado e só meu.
Sábado, 28 de julho de 2012, Café do bom, Cachaça da Boa,
Rua da Carioca, Rio de Janeiro/RJ - Mais uma vez o evento Identidade Cultural
& Movimento Culturista, organizado por Janaína da Cunha, mostra sua força e
sucesso, desta vez com o tema "A voz e a arte da periferia"! Nesta
quinta edição, entre diversas grandes atrações, o vídeo destaca a participação
de Mc REMF, de Valença/RJ, mandando um free style acompanhado pelo músico Leandro
Ribeiro; o lendário Bob Lester, com seus 99 anos (!) marcando presença e
brilhando em sua interpretação para a canção de B. B. King, acompanhado do
músico Marcio Bragança; Mirian Panzer, Oscar Zinelli e Juhnior Luiz
interpretando poemas de Carlos Orfeu; Janaína da
Cunha, Leandro Ribeiro e eu encerrando o evento com um Improviso Lírico-Musical,
declamando (e transformando em poemas musicais) "As últimas
vertigens" e "Miragem".
Posto hoje um poema antigo que escolhi declamar com Janaína
da Cunha ontem, na maravilhosa 5.ª edição do identidade Cultural &
Movimento Culturista. Publicado em meu segundo livro, “Promessas desfeitas”, de
1997, o velho poema juvenil “As últimas vertigens” reflete uma parte ainda
ingênua de minha poética e uma dor de cotovelo aborrecente finalmente superada.
Com todas suas qualidades e defeitos, merece ser aqui relembrado, por sua busca
humana pela ressurreição humana após uma desilusão amorosa, acontecimento comum
em nossas solidões coletivas.
Espero que curtam essas juvenis últimas vertigens, amigos
leitores; passemos por elas pra nos desiludirmos, pra encontrarmos uma ilusão
melhor.
Pensando na estréia nacional de “Batman - O Cavaleiro das
Trevas Ressurge” e nas últimas notícias da violência contemporânea, resgato,
hoje, no blog, o inimigo mais popular do homem-morcego, o Coringa. Mesmo
falecido no filme anterior, o Coringa resolveu expor seu sorriso maligno nessa
postagem do blog e traz-nos sua visão diante de mais um PM assassinado (a soldado
valenciana Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, morta durante um ataque de
traficantes na Unidade de Polícia Pacificadora do Morro do Alemão), diante de
mais um massacre em salas de cinema (desta vez, diversas pessoas morreram e
foram feridas após ataque de um homem mascarado que atirou contra pessoas que
assistiam à estreia do filme Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge em um
shopping em Aurora, na região de Denver, no Estado americano do Colorado), diante
da comparação equivocada entre Canudos e o Morro do Alemão feita pelo Coronel Mário
Sérgio Duarte, autor do recém-lançado livro "Liberdade para o Alemão – O
Resgate de Canudos" (triste e trágica ironia: o autor do livro autentica
um massacre histórico em seu livro, enquanto a Unidade de Polícia Pacificadora é
cercada mais uma vez no Alemão), diante de mais uma chuva de candidatos se
promovendo através da violência, prometendo mais segurança através da violência,
diante da tristeza na beleza das flores dadas às vítimas do horror da violência,
diante do ser humano, incapaz da paz e criativo autor de novas violências. Batman
ressurge em Gotham e o Coringa moribundo sorri para as trevas do mundo:
O sorriso do Coringa falecido ressurge das trevas
Você sabe como consegui esse sorriso rasgado nos lábios,
menino morcego?
Foi ouvindo a palavra pacificação no Morro do Alemão,
Foi lendo a justificativa do massacre de Canudos feita por
um coronel da PM que não interpretou “Os Sertões”, de Euclides da Cunha,
Foi sabendo do choque dos estadunidenses diante de um
assassino louco no cinema matando a todos num país que dá licença pra todo
cidadão comprar sua arma e matar,
Foi vendo mais um companheiro do ódio sem freio, sem
origens, trazendo trevas para a Aurora, ressuscitando a bat-caverna de nossas
almas e esperando ser derrotado por um herói que não há,
Olhe a beleza infinita das flores entregues às vítimas, olhe
como são coloridas as flores que enfeitam o velório, flores coloridas enfeitando
as cinzas,
Veja os candidatos lançando propostas políticas nas salas
cheias de pessoas vazias, sinta a corrupção na boa atuação, a democracia se
tornando uma ditadura familiar,
O mundo reclama por segurança e, ao invés de arte e educação,
os homens criam pistolões e novas tropas com licença pra nos violentar,
Rá, rá, rá, somos todos órfãos da paz assassinada e sonhamos
com uma violência armada que possa reinstaurar o que nunca houve, o que nunca
haverá,
Rá, rá, rá, piada mortal, ironia mordaz: bilheteria
estourada em filmes violentos, enquanto o ser humano pacífico continua fora de
cartaz,
Rá, rá, rá, morro de rir vendo você ressurgir das trevas,
menino morcego, enfrentando seus próprios pesadelos, em busca de uma paz que
sua violência não será capaz de suportar,
Rá, rá, rá, meu sorriso rasgado beija seus lábios sérios;
você não pode ressurgir das trevas, menino morcego, pois as trevas nunca saíram
do lugar, sempre estiveram em você, em nosso brilho assassino, em nossa
incapacidade de amar.
Hoje, dia 25 de julho, não é só dia do escritor. Hoje faz 56
anos que o navio italiano Andrea Doria, que seguia para Nova York, naufragou
após se chocar com o Stockholm (sim, o nome da linda canção, composta por
Renato Russo, foi retirada desse fato histórico). Hoje faz 38 anos que a banda
AC/DC lançou o seu primeiro álbum após a morte do vocalista Bon Scott, “Back in
Black”, que já vendeu mais de 40 milhões de cópias no mundo inteiro (lembremos
o refrão da canção- título: “'Cause I'm back! Yes, I'm back! / Well, I'm back! Yes, I'm back!
/ Well, I'm baaack, baaack... / Well, I'm back in black, / Yes, I'm back in
black!” – traduzindo: “Porque eu estou de volta! Sim, eu estou de volta
/ Bem, eu estou de volta / Bem ,eu estou de volta, volta / Bem, eu estou de
volta do luto, / Sim, eu estou de volta do luto!”). Hoje é dia do motorista,
dia de refletirmos os perigos das rodovias, é dia de pisar no freio da morte e
se dirigir atento de volta pra vida. Sim, hoje não é só dia do escritor, é dia
daquele que, mesmo em luto, eterniza o mundo com palavras de vida.
Voltemos à vida, leitores, escrevamos, leiamos, voltemos
sempre de volta do luto!!!
O escritor, enlutado, a vida ativa
Andrea Doria
naufraga quando, saindo da Itália, pra Nova York seguia,
Mas o navio italiano afogado agora é título de uma canção
brasileira e bonita
Que reflete as águas que nos afogam, as lágrimas infinitas,
A dor enlutada se tornou uma composição imortalmente ferida,
Viva Legião, viva o compositor, viva o escritor, viva a
vida!
Enquanto as rodovias cansadas pelas arbitrariedades dos
motoristas
Choram asfaltos de sangue, falta de freio e excesso de
gasolina,
Entre o caixão e a enlutada família, o poeta escreve uma
nova elegia:
Hey, minha gente sofrida, veja o morto se levantar, veja uma
nova vida.
Meus heróis morrem de overdose todos os dias,
Assim como falecem ideologias em todas as esquinas,
Os Bons Scotts morrem em bons scotchs todos os dias,
A arte maltrapilha caminha pelos casarões em ruínas,
Mas, tudo que na vida se arruína, na arte se eterniza,
Na escrita, tudo ressuscita (até mesmo aquela praça
destruída
Na administração falida – eis as palavras, elas estão vivas,
Até a minha praça arruinada de frente pra Rua Azael Farina
Está sendo reconstruída pelos sonhos do escritor, pela
imaginação ativa).
Yeah! As solidões poéticas agora estão mais coletivas que
nunca! No dia 21 de julho, terceiro sábado do mês, como se tornou tradição em
Valença/RJ, realizamos o Sarau Solidões Coletivas in Bar, desta vez, em novo
espaço e horário. O evento rolou no Bar e Restaurante Costelão, no bairro
Getúlio Vargas, em Valença/RJ, às 18:30h, e contou comigo mais Ronaldo Brechane
(estreando o stand-up comedy do evento), Zé Ricardo, Fael Campos, Juliana Guida
Maia, João Paulo Maia (com a exposição de seus desenhos), Érick Ramos,
Alexsandro Ramos, João Júnior, MC Wallace REMF, Willian Costa, Ana Rachel
Coêlho, Chico Lima, Juliana Maia, Karina Silva, Wagner Monteiro mais poemas de
Geovane Alves dos Reis, Jaqueline Cristina e Paulo Ras. O evento aconteceu em
comemoração à quarta edição do retorno do Jornal Valença Em Questão. Agradecemos à equipe da Escola de Música Catavento pelo empréstimo do som.
O Sarau está tão povoado de arte que gerou três vídeos, que
insiro abaixo:
Nessa primeira parte do evento, temos, entre tantas
atrações, o Ronaldo Brechane estreando o stand-up comedy, Zé Ricardo & Fael
cantando Roberto Carlos em versão punk, MC REMF e seu irmão Willian Costa
emocionando a todos com a interpretação do rap "Pai" e a estréia de
João Júnior no sarau.
Nessa segunda parte do evento, temos, entre tantas atrações,
Juliana Guida Maia declamando poemas de Jaqueline Cristina e de Paulo Ras, Fael
Campos solo, Zé Ricardo & Fael cantando composição de Adriano Gonçalves, o
retorno de Wagner Monteiro e as estréias de Chico Lima, Juliana Maia e Karina
Silva no sarau.
Nessa terceira parte do evento, temos, entre tantas
atrações, MC Wallace REMF mandando um free style de improviso com um amigo no
beat-box e Zé Ricardo & Fael Campos nos instrumentos, e o tributo a Jon
Lord (ex-tecladista do Deep Purple, falecido recentemente) com uma jam
lírico-musical de Carlos Brunno S. Barbosa, João Júnior, Zé Ricardo & Fael
Campos.
Após um ano de existência do blog, retorno às gavetas da
memória (o processo é um pouco doloroso, pois envolve mexer em áreas
empoeiradas de meu quarto, o que entope minhas narinas, devido a minha alergia
à poeira) e reencontro o primeiro manuscrito meu em que surgiu a expressão
“solidões coletivas”. É um poema antigo, creio que surgido entre o final da
década de 90 e início dos anos 2000 (lamento aos leitores, mas, como Quintana,
dificilmente dato meus poemas, e como a protagonista do filme “Como se fosse a
primeira vez”, dificilmente me lembro com exatidão da época de surgimento do
poema – me lembro de como surgiu, mas raramente me recordo quando; “relógios
são necrológios”, guardo esse verso do poeta gaúcho Mario Quintana como um
lema). Sei que, na época, estava com uma dor de cotovelo danada, a alma em
maltrapilhos e os ouvidos ensurdecidos de tanto ouvir “Meu mundo e nada mais”,
de Guilherme Arantes, e “Andrea Doria” e “Os barcos”, de Legião Urbana – vocês
perceberão que o poema faz citações a essas duas canções inspiradoras. Aviso
aos leitores que o poema tem suas imperfeições, uma certa loucura lúcida de
quem passou por maus bocados, mas vale como documento histórico de onde veio a
ideia para o nome do blog e, como afirma a escritora Clarice Lispector – cujo
pensamento foi reafirmado por Caio Fernando Abreu em seu livro “Ovelhas negras”
(obra inspiradora do formato de meu blog, neste estilo comentário sobre a obra
e depois o texto) – por que só publicar o que nos é considerado perfeitamente
bom, afinal, quem somos pra julgar o que é belo, o que é bom, se todos os
gostos são relativos e se toda obra literária tem seu valor de acordo com a
situação e o leitor ao qual que ela é apresentada? Mesmo assim, me permiti,
como leitor de minha própria obra, algumas pequenas alterações (até a Clarice e
o Caio Fernando Abriu se permitiam tais correções, então por que não o faria?
rs), mas a ingenuidade poética da obra ficou intacta. Que o leitor faça seu
julgamento (obra publicada é obra de todos – sou o pai, mas o filho é do
mundo): com e para vocês, a minha primeira vez com as solidões coletivas:
À meia noite, à meia luz
À meia noite, à meia luz,
A metade de uma escuridão
É um capítulo constante
Nas páginas da solidão.
Mas nem por isso vou me lamentar,
Nem por isso vou me lembrar de ti.
Tens tuas novas certezas,
novos olhos pra se lembrarem de ti.
Não precisas de mim, nunca precisaste,
E esquecer-te não é um fato;
É uma necessidade.
À meia noite, á meia luz,
Em meus olhos marejados,
A cidade parece um porto
De solidões coletivas,
Barcos que atracam em desertos,
Barcos que nunca se encontrarão.
Estarei delirando? Não sei...
A solidão e a loucura caminham próximas,
Difícil saber quando uma encontra a outra no meu caminho...
Hoje o blog faz aniversário: 1 ano de existência,
resistência e, principalmente, poesia! E, como as solidões são coletivas,
comemoro compartilhando solidões poéticas com a poetamiga valenciana Juliana
Maia. A própria autora se denomina como “uma menina feliz, e apaixonada pela
vida. A que sempre tenta sorrir e acordar de bom humor. E acima de tudo, a que
ama incondicionalmente seus amigos, familiares e o namorado!”. Dona de um
lirismo fascinante e meigo, Juliana Maia nos leva a um universo lírico
paralelo, onde toda dor e alegria são eternizadas pela beleza da palavra.
Voemos com Juliana Maia por esse mundo de “amor e asas”!
Livraria Cia do Livro, Valença/RJ, Sexta-feira, 20 de julho
de 2012, Dia do Amigo - Declamo o poema
"Restos" com o músico Ronaldo, em homenagem ao Dia do Amigo. O vídeo
inclui o músico Ronaldo tocando duas canções de Baden Powel.
Hoje compartilho minhas solidões poéticas com a poetamiga valenciana Karina Silva. Fã de Black Sabbath, Ventania, Cássia Elller, Slipknot e Sepultura e guitarrista da banda de estilo prog noise Gadernal, Karina Silva nos traz um eu lírico que anseia o desconhecido, ser livre muito além do que os outros conceituam como normal. Sua poética possui o sábio lirismo daqueles que sabem que cada verso deve ter seu sentido completo, único, e a condensação lírica que raros poetas iluminados pela busca de identidade têm.
Em tempo: Karina Silva estreará sua carreira poético-declamatória no Sarau Solidões Coletivas 4, que acontecerá hoje, às 18:30h, no Bar e restaurante Costelão, na Getúlio Vargas, em Valença/RJ.
Vamos, leitores, rumo ao desconhecido com o eu lírico de Karina Silva!
Esse acrílico do português Bruno Braddell resume bem a sensação de inverno na alma (conheça mais quadro dele em: http://desenhoaguarela.blogspot.com.br)
Inverno, dias frios, necessidade de mais calor humano... Hoje
posto um poema hibernado, escrito naqueles dias em que olhamos solitários o
ambiente frio e estático, acendemos um cigarro e pensamos na pessoa amada e na
neve que sua ausência nos traz...
MC Wallace REMF (à esquerda)
com Fael Campos
Foto de Vandré Fraga
Hoje compartilho minhas solidões poéticas com o rapper
valenciano MC Wallace REMF (que significa Resistência E Mente Forte, o que,
segundo Wallace, basicamente o definem). MC Wallace nos traz a letra do seu rap
"Pai", finalista no 4.º Festival de Música (FIM) de Rio das
Flores/RJ. "Essa é para todas pessoas que já perderam um pai e por mais
que tenham dado amor em vida, ainda gostariam de ter tido mais tempo, ou ter
dito mais coisas, ter abraçado mais e amado mais", afirma o rapper.
Em tempo: MC Wallace REMF estará novamente conosco no Sarau
Solidões Coletivas in Bar 4, onde apresentará essa e outras de suas
composições. O sarau acontece nesse sábado, dia 21 de julho, às 18:30h, no Bar e Restaurante Costelão, no bairro
Getúlio Vargas, em Valença/RJ.
Por enquanto, fiquemos com a reflexão que a letra do
excelente rap de MC Wallace REMF nos deixa, lembrando, como Renato Russo, que
"é preciso amar as pessoas como se não tivesse amanhã". Posto também
o vídeo da apresentação de Wallace no 4.º FIM (no evento, MC REMF contou com
Sandrinho no backing vocal).
Pai
Milhares de vezes pensei no por que, tentei entender
mas foi em vão, isso não faz sentido,
em um piscar de olhos tudo acaba, desaba...
e eu já não tenho mais você comigo.
É engraçado porque eu nunca gostei de perder,
minha pior derrota foi Deus ter levado você.
eu perdi o que para mim era o mais importante,
me dói saber que nunca mais nada será como antes.
Se fecho os olhos te imagino em quase todo lugar
Por impulso quase corro para poder te abraçar,
Porque contigo é onde eu encontro paz,
sempre lembro de ti, mas hoje eu quis lembrar mais...
Pai você não sabe a falta que me faz,
eu deveria ter te abraçado mais, demonstrado mais,
aproveitado mais.
Pai você não sabe a falta que me faz,
se eu pudesse eu voltaria atrás e te amaria mais, a cada dia
mais...
Nem tudo é ausência dor e solidão,
o que aprendi com você eu guardo dentro do meu coração
Que disparou, acelerou quase pulou do peito
quando te perdi e percebi que já não tinha mais jeito.
Minutos vêm, as horas vão e a lembrança é mais viva,
Quero saber quem é que escreve as linhas da vida,
quem tem o poder de opinar sobre quem vai e quem fica.
será que sempre essa história já esteve escrita ?
Daria tudo pra dizer o que eu penso desse absurdo
perguntar se o que rolou foi realmente justo.
Pai você não sabe a falta que me faz,
eu deveria ter te abraçado mais, demonstrado mais,
aproveitado mais.
Pai você não sabe a falta que me faz,
se eu pudesse eu voltaria atrás e te amaria mais, a cada dia
mais...
Mudou drasticamente tudo que me rodeava,
fez perder a fé em tudo aquilo que eu acreditava.
depois virou minha vida de ponta cabeça,
se tem que ser assim que seja com alguém que mereça.
Mas não desanimei, tô firme no meu ideal
pois sei que tudo nessa vida tem final
Pai você não sabe a falta que me faz,
Eu deveria ter te abraçado mais, demonstrado mais,
aproveitado mais.
Pai, você não sabe a falta que me faz
Eu espero você esteja em paz, Pois Deus sabe o que faz, Deus
sabe o que faz...
No dia 16 de julho, aos 71 anos, faleceu Jon Lord,
ex-tecladista da banda Deep Purple e um dos autores da famosa composição “Smoke
on the Water”. Vítima de câncer, Jon lutou contra a doença e a favor da
eternidade da chama da arte. Em homenagem a esse grande artista, oferto uma
nova fumaça sobre a água. Como afirmaram seus representantes, “Jon partiu da
escuridão para a luz", e, com certeza, a chama rock não pode se apagar;
seja onde ele estiver, sua música continuará a nos tocar.
Uma nova fumaça sobre a água
Setenta por cento do meu corpo é água
E tudo parece queimar.
Fumaça sobre a água, câncer no meu corpo,
Estou voando, o céu a me levar.
Meus órgãos feridos por uma doença estúpida
Agora são órgãos musicais
Que eu posso novamente tocar.
Ando sobre a água, o câncer levou meu corpo,
Mas agora o céu me deixa voar
Do jeito que eu gosto.
Estava frio e escuro demais, garota,
Agora a luz púrpura está de volta em mim
Sinto a chama até sobre o mar.
Fumaça sobre a água, toco fogo no céu
E meu som se espalha no ar.
Frank Zappa está aqui comigo
E Brian Jones também quer participar
Desse calor infinito,
Desse incêndio místico que a música nos dá.
Fumaça sobre o barulho das águas, chuva de guitarras,
Seja no céu aberto ou no tempo fechado, nós vamos tocar,
Fogo no céu, meus teclados tocam tempestades de chamas,
Seja nos raios de sol ou na chuva carente, nossa banda
celeste vai te incendiar.
MAC, Niterói/RJ, 14 de julho de 2012 - O poeta Carlos Brunno
S. Barbosa e o músico Leandro Ribeiro homenageiam, respectivamente, Arnaldo
Antunes e Engenheiros do Hawaii, no evento Brinde à Poesia de julho, em
homenagem ao rock, organizado por Lucilia Dowslley.
Hoje compartilho minhas solidões poéticas com o poetamigo
valenciano Rabib Jahara. Professor de História, leitor inveterado, Rabib nos
mostra aqui uma face que poucos conhecem desse múltiplo professor e escritor: o
poeta, com suas paixões, angústias e uma bagagem lírica, extensa e, às vezes,
até pesada de se carregar dentro de si. Afinal, Rabib sabe como é difícil
suportar um lirismo querendo explodir, libertar-se, se as atribulações /
encargos do nosso dia a dia nos sufocam! Sim, a arte escrita de Rabib traz esse
desespero, esse desejo de desapegar-se, de ser eu lírico livre, ao mesmo tempo
em que constata a necessidade de implodir-se (explodir liricamente apenas
dentro de si), suportar a realidade, cumprir as tarefas, tentando não perder os
sonhos poéticos que carrega. Por isso, sua poesia traz idas e voltas, um eterno
partir-se inteiro, um constatar-se para um novo desconhecimento. E é numa
dessas idas e voltas que se insere o poema rabibiano que posto hoje: o “Tempo
de voltar” nos mostra esse encontro em desencontros, esse ter que sair do
conforto do lar, ter que enfrentar o tempo, o jogo da ilusão e realidade, pra,
finalmente, poder reencontrar-se.
Então, leitores, é tempo de voltarmos à poesia com Rabib
Jahara. Nos reencontremos, amigos.
Tempo de voltar
Às vezes eu rio no seu sofá
Nem percebo que a hora passou
Parece uma eternidade estar aqui com você
Parece que o tempo para. Parece que ele voou.
Nem sei porque. Acho que é ilusão
Tempo pare, por favor! Estou aqui com você
E me despeço, até mais ver
É mais um final de semana longe mim
Me encontro em caos e confusão
Só não sei por que é assim
Não sei o porquê. Nem quero saber
Tempo ande, por favor. Você já não está mais aqui.
Dia do rock, 13 de julho de 2012, Moto Rock Club, São
Gonçalo/RJ - Projeto Garagem acústica ganha uma intervenção poética comigo,
Janaína Cunha, Hélio Sória e banda. Durante a apresentação, foram declamados os
poemas "Retorne de onde você estiver (Mantra grunge para Kurt
Cobain)", de Carlos Brunno S. Barbosa e o poema "Miragem", de
Janaína Cunha, ao som de "Come as you are", muito bem executado por
Hélio Sória e banda (Garagem Acústica).
Como afirma o próprio Axel, que filmou a intervenção, o
vídeo ficou super-escuro (tanto que o vídeo contém um xingamento do poeta que
vos fala), mas vale como um registro da manifestação contracultural realizada
no Moto Rock Club, no Dia do Rock.
Véspera do Dia Mundial do Rock, o blog no dia 23 deste mês fará um ano, fatos que trazem à tona velhas lembranças. Nos vídeos abaixo, são revelados momentos do lançamento do meu sexto livro "Diários de solidão", 'muso' inspirador deste blog. O evento aconteceu na Casa Léa Pentagna, em Valença, no dia 15 de outubro de 2010 - ou seja, há quase dois anos - e, como os anteriores, só que desta vez mais expressivamente e numericamente, contou com a participação de diversos artistas da região: o professor mestre-poeta-filósofo-rei-do-desbunde-niilista Alexandre Fonseca, o Grupo Teatral Arte-Ofício, que me acompanha em saraus desde o lançamento de meu primeiro livro, em 1997; a poeta Beatriz Oliveira, que conheci no sarau (que, até hoje, rola toda terceira sexta-feira do mês) na Livraria Cia. do Livro; Sônia e Licea Vaz; Fael Campos; Nilo Canedo e Grupo Carta na Manga; o experiente poeta Duarte; a banda Gadernal (que marcou seu retorno a shows nesse evento), Lucimauro Leite, Wagner Monteiro (o Ryu), o Black Cult, as pinturas de Ailton e Denis Pereira, os esculturas de Max Vitor e de Edinho Batera, etc. Os eventos de divulgação do livro "Diários de solidão" aconteceriam, depois, em outras cidades, inspirariam a criação do blog que vocês leem nesse momento até amadurecerem o que hoje chamamos de Sarau Solidões Coletivas.
Infelizmente, apenas um terço do que aconteceu no evento está registrado em vídeo, porém dá pra vocês, leitores, terem, mais ou menos, uma noção do que foi o evento de 2010 e o quanto ele contribuiu para inspirar o surgimento dos saraus multiculturais que realizamos atualmente. Convido ao passageiros leitores que viajem comigo nessa viagem no tempo, de volta ao passado, em agradecimento ao presente liricamente formidável que esse fato antigo proporcionou na concretização das solidões coletivas: