Sábado de sol anunciando mais um carnaval, posto outro poema
carnavalesco. Esse é tão antigo quanto o anterior (“Carnacarência”), escrito
entre 1996 e 1998, “Samba da mulata branca” foi uma homenagem às loiras
oxigenadas que iniciavam suas invasões às rodas de samba na década de 1990,
devido a explosão do novo pagode (e consequente resgate de antigos hits do
samba) nas redes de rádio e TV. Foi montado inspirado em diversos sambas
enredos, canções de Zeca Pagodinho e Martinho da Vila, e na minha fascinação adolescente
pelo movimento místico-sensual-mestiço das novas musas do eterno carnaval.
Espero que gostem:
Samba da mulata branca
Clareia a manhã
Clareia amanhã
Clareia...
Branca é tua pele
Suave é tua voz
Mulata no pé
Lança perfume e suor
Meu coração grita
E samba por ti
Rainha de qualquer carnaval
Quem me dera se fosses feita
Pra mim...
Incendeia a manhã
Incendeia amanhã
Incendeia...
O carro alegórico em chamas
Atrasa o desfile
(Os adversários sorriem)
Amanhã é quarta-feira de cinzas
A última chance
A primeira tentativa
Mulata cor da neve
Quem me dera se, nesse dia,
Fosses minha...
Mas, se hoje não fores
Amanhã serás com certeza
Serás a manhã do meu amanhã
Sereia do meu amanhã
Serei teu eterno amanhã
Até amanhã de manhã, serei a tua certeza!
Kkkkkkkkkkk, o pandeiro da mulata branca me provocou um efeito contrário em "genero", me fez sonhar com os pandeiros e outros instrumentos dos deuses de ébano carnavalesco.
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