quinta-feira, 10 de julho de 2014

Reminiscências de Litteratudo

A terceira postagem da goleada de 7 que posto hoje é um poema inédito de minha autoria, feito em homenagem aos 3 anos do Programa Litteratudo, da TV Cidade, de Taubaté/SP.
O programa Litteratudo, idealizado, produzido, dirigido e apresentado pelo artistamigo Luiz Antonio Cardoso, merece destaque por ceder espaço democrático para divulgação de diversos artistas contemporâneos – fato raro na programação da maioria dos programas de outras emissoras, tão despreocupados com os novos talentos da nossa sempre rica literatura – e contribuir com enriquecimento do conhecimento cultural de nossos telespectadores.
O poema “Remininiscências de Litteratudo” foi escrito por mim, no final de maio, para que fosse declamado no Sarau que o Programa Litteratudo – Especial de Aniversário de 3 anos – que foi ao ar no dia 30 de maio (compartilho com vocês, além do poema, o vídeo do programa. Vale a pena assisti-lo: os poemas declamados - nacionalmente e internacionalmente consagrados  - nesse sarau de aniversário são de uma qualidade fabulosa [ainda tive o prazer de ter e ouvir um poema de minha autoria - um filho meu - declamado por outra pessoa, o mestre Luiz Antonio; agradeço o carinho com o meu poema-filho na declamação]. O violinista dá um toque encantador ao sarau. Destaco também a interessantíssima matéria sobre Câmara Cascudo, o escritor e pesquisador de nosso folclore mais fodástico de todos os tempos.). Tomei como base para a produção do meu poema – de estilo bem livre - um eu lírico que relembra de sua relação com as primeiras palavras (e, consequentemente, seu Litteratudo) aos 3 anos de idade (intencionalmente, a mesma idade que o Programa Litteratudo comemorava).
Que o Programa Litteratudo tenha programação eterna na emissora de nossos corações, amigos leitores!

Reminiscências de Litteratudo

Aos três anos de idade,
conheci as Palavras.
Depois de tanto tempo mudo,
despertei pras suas máginas.

Ah, Palavras, musas, fadas,
eu as balbuciava
e assim cresceram os primeiros castelos
no meu mundo,
onde outrora não havia nada:
ma-mãe, pa-pai, pa-
lavras
sobrevoando como pássaros
o céu de minha boca
outrora tão calada.

Hoje falo muito:
em poesia, em escritura,
na literatura, no littera-
tudo,
as palavras dançam em minha boca,
fazem-me cócegas de vida
nos dias de luto.

Aos três anos de idade,
conheci as Palavras.
Depois de tanto tempo obscuro,
encontrei a luz da Eternidade!





Um comentário:

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