O poema de hoje saiu assim meio melancólico, sem razões
aparentes, simplesmente melancólico, talvez pela impressão lírica de um céu nublado,
talvez porque ouvi uma música triste perdida no silêncio de um tempo sereno,
não sei, saiu assim e meio assim foi postado...
Nublado
Se a nuvem tão carregada
não chora,
por que essa lágrima guardada
que tanto me incomoda?
Se não há motivo pra chorar,
por que o céu nublado hiberna minha alma?
Se não há nenhum sorriso perdido pra contar,
por que tanta tristeza em meu olhar?
Negado pela tarde fria,
o sol oculta-me respostas,
enquanto abraço a escuridão furtiva
de mais um dia claro cheio de luzes mortas...
Se o vento sopra sem espinhos,
por que meu corpo bem coberto se corta
na cinza das horas?
Se o tempo toca mil destinos,
por que o despertador ativo não me acorda
com sua precisão sonora?
Se não há motivo pra chorar,
por que minha alma chora?
Se o tempo leva tudo embora,
por que essa dor de agora?
Oculta pelas nuvens densas,
a lua nega-me respostas,
enquanto abraço as luzes serenas
de mais uma noite negra cheia de estrelas mortas...
Putz, melancolicamente perfeito!
ResponderExcluirCarlos Brunno, a cada mais pleno em suas poesias. Linda, linda. Amei!!!
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