Hoje tenho o prazer de compartilhar minhas solidões poéticas
pela primeira vez com o fodástico artista Nélio Fernando Gonçalves Ferreira, morador
do Rio de Janeiro/RJ, nascido em Igaratá/SP. Conheci esse grande artista
através de Janaína da Cunha, no evento Identidade Cultural & Movimento
Culturista, organizado por ela. Lá pude assistir à fantástica performance de
Nélio para um poema de Brecht, se não me engano (Nélio dá uma interpretação tão
visceral e personalizada ao poema, que me lembro mais do ator que do autor –
não era mais Brecht; era Nélio Fernando Gonçalves Ferreira transformando
palavras estáticas em movimentos poéticos acrobáticos, intensos, vibrantes!).
Sim, foi admiração, fascinação, deleite poético à primeira vista. Passei a
acompanhá-lo virtualmente pelo facebook, tentando assim romper as distâncias
geográficas com pontes virtuais de calor e amor pela arte que em nós emana.
Acompanhando o status de Nélio no facebook, eis que me
deparo com um poema breve tomando a eternidade nas atualizações instantâneas da
rede virtual, um poema cujo conteúdo e forma é de uma simplicidade sublime e de
um insustentável leveza lírica, que torna a obra do artista inconcebível pra
que seja condenada a uma efêmera atualização de status que simplesmente passa.
Não, o poema não poderia passar – já havia tornado meus olhos reféns do culto
pela beleza daqueles versos. Ainda contagiado pela surpresa, perguntei se o
poema era dele e ele simplesmente me respondeu: “É meu, mas não sei até
quando.” Nélio já liberava o poema-pássaro-filho-pródigo para voar sozinho com
sua asa insustentável de pesada leveza.

Insustentável
Meu coração gela
venta meu peito
tento dizer sim
para descartar o Adeus
Lágrimas
Muito obrigado por fazer de meu dia uma nova esperança.
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