Mais uma vez as chuvas vem molhar passados ainda não
cicatrizados em Teresópolis/RJ. A cidade já sofreu demais com elas em janeiro
do ano passado e permanecem como grandes ameaças, pois os governos que por aqui
passam e passaram nada fizeram (vão dizer que fizeram, mas basta olhar ao redor
e ver que os feitos governamentais representam um valor tão ínfimo que a
palavra nada fica envergonhada de ser citada pelo poeta que vos fala) pra tirar
da população esse clima de medo de novas tragédias. A chuva não para, ouço músicas
de bandas do rock 80 (“tudo pelo dinheiro/ tudo pelo poder/e sempre foi assim”,
me dizem Paulo Ricardo & RPM, em voz melancolicamente lúcida, acompanhado
de guitarras revoltadas); me lembro do bairro Campo Grande, onde participei do ‘Cultura
nos bairros’ em 20 de novembro de 2010, vai fazer dois anos da única e última
vez que estive lá, o mesmo bairro Campo Grande destruído pelas chuvas de
janeiro de 2011, há tempos evito assistir ao vídeo que fiz lá; as guitarras
continuam, as canções de protesto no aparelho de som, a chuva lá fora, agora
uma balada melancólica de um eu lírico cansado de buscar soluções pro mundo
estagnado numa mesa de bar, ah, ouvir as bandas de rock 80 nessas chuvas
intermináveis de novembro me trazem sempre uma estranha vontade de chorar...
O haicai de hoje sai meio dolorido, talvez meio sem sentido,
talvez sentido demais...
Haicai das chuvas de novembro em mim
Estranha vontade
de chorar no fim da tarde
outra tempestade...
Tem que ser rock'n'roll de protesto mesmo pra registrar o tamanho descaso com que os políticos nos tratam!
ResponderExcluirE você registrou bem o sentimento!
Valeu a força, Artista sem pena!
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