sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Gloriosa inglória: A vingança dos abandonados


Pensando no evento que realizaremos amanhã em Valença/RJ, no Bar e Restaurante Costelão, ás 18:30h,  o “Sarau Solidões Coletivas in Bar 5: O Quinto Engradado – As glórias e inglórias da arte”, posto hoje minha “Gloriosa Inglória”. Escrito após mais um romance frustrado e, muito tempo depois, publicado em meu quarto livro “O último adeus (ou o primeiro pra sempre)” (2004), o poema “Gloriosa Inglória” é um canto de revolta às dores de cotovelo que gritam em nossa alma, após sermos abandonados por alguém que acreditávamos amar. Com o tempo e com os vários pés na bunda que levamos de falsos / reais amores, aprendemos com o mestre Celso Blues Boy que “chorar não vale mais a pena”. 
Como meu Tio Jorge, dono de bar e conselheiro dos ébrios que passam por seu estabelecimento, nos diz, “Se você está mal, tudo ao redor vai mal; se você está bem, tudo ficará bem”. Dedicado a poetaluna fodástica Larissa de Souza, autora do blog “Minha vida” e a todos que sofrem de amor, aí vai a minha ‘gloriosa inglória’, pra expurgarmos de vez a dor de cotovelo que nos assola.

Gloriosa inglória (A vingança dos abandonados)

Adeus, ex-amor. Se esperas lágrimas de meus olhos
Esquece! Um Martini seco é mais sedutor que uma tristeza vã.
Beberei as gotas que não derramo num cálice de prata
Como um vampiro que degusta o próprio sangue pra sobreviver.
Consumirei minha breve eternidade com um sorriso amarelo
Porém abandonarei os vícios para recuperar a clareza de meus dentes.
Aquele meu olhar perdido de outrora... não te iludas com devaneios!
Podes ficar perdida, não vejo nos labirintos que imaginas:
Se cai um conto de fadas meu, encontro novos caminhos
E são reais – não sonho, pois agora posso realizar!
Levantar-me como homem e não fazer manha como uma criança.
Absurdo seria maltratar-me com partidas,
Afinal sempre partindo como vou chegar?
Esperas uma poesia de lamento... Cuidado!
Estes versos arriscam uma estrofe de gargalhadas,
Pois meu coração é tolo, mas não idiota
Pra eternizar-te como uma Dalila;
Tiras minhas forças, mas nunca minhas capacidades,
Serás minha inglória mais gloriosa,
Um tropeço que valoriza o reerguimento.
De eterno deixarei apenas a pergunta sem resposta
Num canto escuro de teu quarto, no obscuro de tua alma:
“Poderia ter dado certo?”
Meus pêsames, ex-amor.
Se esperas reticências de minha parte...
Para de esperar e leva meu ponto final.

3 comentários:

  1. Belas palavras meu amigo!!!
    Um amor que te sugou,mas não te fez cair!!!Simplesmente fiquei maravilhado com a frase:"Consumirei minha breve eternidade com um sorriso amarelo
    Porém abandonarei os vícios para recuperar a clareza de meus dentes."Cooncerteza um consumo que podemos passar em situações diversas em nossas vidas!!!!Só não podemos ficar viciados nas angustias!!!
    Belos versos de uma generosa gloriosa inglória!!!!

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  2. Excelente! Um misto de sentimentalismo e sarcasmo!Show!

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