Dias nublados como os de hoje me fazem refletir e pensar nas
perdas recentes; me lembro de Amy Winehouse, falecida em 23 de julho do ano
passado. Sua trágica, misteriosa e precoce morte aos 27 anos de idade me
retorna ao saber de uma nova internação de seu ex-marido Blake Field, com quem
ela teve uma tórrida e ultra-passional relação amorosa. A pedido da cantora
volta-redondense Carina Sandré, diva do ‘Rocksambafunkandsoul’, construí, para
que fosse declamado no evento “Lugar de mulher é no vocal 3” (como vocês podem assistir o
fragmento declamado no vídeo da postagem anterior), um poema em homenagem a Amy Winehouse e a própria
Carina Sandré.
“A Cantiga Soul sem Amy e sem Amor” é um poema que reflete
as sucessivas internações de Blake Field, a ausência que a morte de Amy causa
nele e em nós, e foi livremente inspirado “Love is a losing game”, “Rehab”, “Take
the Box”, “Tears dry in their own” e “You know I’m not good”, grandes composições
de Amy Winehouse. Além disso, o poema inclui a citação da canção “Versos
limados”, hit da cantora Carina Sandré, composta pelo poeta valenciano Wilson
Fort. O eu lírico de minha “Cantiga soul” seria o próprio Blake, em suas idas e
voltas ao mundo das drogas e seu eterno lamento pela morte da ex-companheira. Pra
ler com o coração em luto, pra descansarmos em intranquila paz.
Hey, Menino Cupido, hoje ouvi Amy Winehouse
até o dia morrer...
A noite veio em meus ouvidos, um triste silêncio
e aqui estamos eu e você
envolvidos num luto difícil de entender.
A voz dela ainda ecoa em meus tímpanos,
um banho de rosas destilado de espinhos,
é difícil nadar em suas águas sem me machucar.
Hey, Menino Cupido, as lágrimas sempre vão secar;
não seja mais nosso inimigo
e deixe que a tarde morra em paz.
Hey, Menino Cupido, Amy e eu sabemos tudo de você,
conhecemos todo mal que você faz,
por isso, não me venha com seus velhos versos limados
de falsa paz, de derradeiro amor, de infinito prazer,
eu sei que a tarde acaba e, sem Winehouse,
só fica o silêncio da morte do sol, um silêncio sem você.
Estou em recuperação, Menino Cupido, vou me levantar,
você vai ver!
Hoje prefiro uma vodka, um gin barato, até um baseado,
qualquer droga que não seja amor,
qualquer droga que não seja você.
Por isso, vá embora, Menino Cupido, hoje não quero sofrer;
eu sei que o amor é um jogo de azar
e nem eu, nem Amy queremos mais jogar.
Não seja mais nosso inimigo, Menino Cupido,
e deixe a noite nascer em paz desta vez.
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