O Dia dos Namorados de hoje me faz relembrar tempos passados. Voltemos no tempo: em 1995, ainda aspirante a poeta, eu trabalhava como office-boy 'faz-tudo' no extinto jornal Correio do Vale. Entre minhas milhares de funções, eu deveria escrever poemas para cobrir pequenas espaços que sobravam no jornal entre uma notícia e notícia e outra. Na véspera da edição do Dia dos Namorados, a jornalista editora Elizabeth Mota, a Betinha, exploradora desse jovem artista e também minha prima (cuidado, amigos, os parentes podem ser os seus maiores exploradores, pois pedem-nos horas extras gratuitas sorrindo; mas não se enganem: aprendi muito com esta fase faz-tudo em que trabalhei no jornal com certa liberdade, pois era um faz-tudo que já fazia tudo do meu jeito), me pediu que eu fizesse um poema curto que celebrasse a romântica data e que, ao mesmo tempo, fosse compreensível para todo e qualquer leitor, afinal o jornal tinha distribuição gratuita e caráter extremamente popular. Eu estava iniciando, tinha menos de meia hora e, no fundo, no fundo, desejava ter mais um poema publicado numa mídia popular. Foram nessas condições que surgiu o pequeno poema romântico abaixo, batizado de "Se" - primeiramente publicado no jornal Correio do Vale, em 1995, e, depois, adicionado em meu primeiro livro "Fim do fim do mundo", de 1997. São linhas simples, mas feitas com todo coração que um jovem poeta, iniciante da vida, dos versos e do amor, pôde fazer às pressas:
Se
Se você é realidade,
Eu a ensino a sonhar.
Se você é saudade,
Eu a ensino a voltar.
Mas, se você é nada,
Eu a ensino que nada
Você nunca será,
Porque você é o meu amor
E isso ninguém vai mudar.
Thank you Carlos, that short little poem was beautiful :)
ResponderExcluir