Hoje compartilho minhas solidões poéticas com o poetamigo,
desenhista, músico e compositor brasiliense Julio Uchoa, autor do blog “O
ceifero não chora” (segue o link: http://ceifero22.blogspot.com.br/) e a
eterna busca de seus eus líricos pelo significado do ‘ser eu’. Se perguntamos a
Julio quem ele é, sua resposta mais comum é responder: “Pô, eu pareço que sei lá,
entende?”. Se perguntamos ao “ceifero”, o eu poético de Julio a resposta é mais
complexa e maravilhosamente lírica, como podemos ver logo abaixo:
Eu
Quem pode me dizer quem sou?
apenas eu?
quem pode apenas dizer eu?
eu digo:
posso ser uma lágrima na chuva
que se mistura com as gotas que escorrem do cabelo molhado
se transformando em algo imperceptível
que só se percebe o que é realmente
pelos olhos vermelhos,
um fraco no mundo dos fortes,
um forte no mundo dos fracos,
um mundo de fracos e fortes,
um toque tranquilo nas teclas de um piano,
um piano tocado por quem não sabe o que está fazendo,
mas se agrada do som,
um anjo segurando a mão de um aflito
posso ser,
ser eu
uma história sem começo
que por fim
nada conta
e no fim
não termina;
sou eu
apenas eu...
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