Hoje compartilho minhas solidões poéticas com o músico, intérprete e excelente compositor valenciano Zé Ricardo, companheiro dos Saraus Solidões Coletivas.
Dono de um vasto currículo musical (já tocou nas bandas punks "The Zombiez", "Gadernal" e "Punk Carioca" e no Autodidata, além de fazer parcerias com diversos músicos e cantores da região, como Fábio Arieira, Fael Campos, Giovanni Nogueira e Adriano Gonçalves), Zé Ricardo apresenta composições próprias de conteúdo complexamente lírico, qualidade rara nos compositores da atualidade. A letra dele que posto hoje é a composição "A hora certa chegou", com qual ele e Fael Campos concorreram no III Festival Intermunicipal de Música (FIM) de Rio das Flores/RJ, em 2011.
Em tempo: hoje à noite, Zé Ricardo, em versão solo, concorre no IV FIM, em Rio das Flores, com sua mais recente composição "Eu não sei o que dizer". Torçamos pelo músico poeta nesta nova incursão lírico-musical:
A hora certa chegou
Hora inoportuna fazendo a vida ter mais graça,
surpreendendo de forma esperada com algo realmente inovador,
vida previsível nem sempre tão chata,
feita de imagens perfeitas escondendo toda dor.
Agora não quero explicar, outra desculpa mudar a cena,
mudar o foco mascarar, a certeza me dá coragem pra não
falar.
Posso confundir, tanto faz, não venho esclarecer seu dilema,
fique com suas idéias é o que a vida tem pra você.(mais
ninguém)
Constante, mente mudada, o mundo parou, agora tanto faz,
não tenho mais aquela inocência, a criança passou.
Espírito infantil com um cérebro corrompido agora já não
volta mais,
progredir sempre já não me interessa mais.
Vamos olhar tudo de belo que a vida tem a nos mostrar,
fingir que nisso se resume, não temos problemas pra nos
preocupar.
Agora não aguento olhar, em todos os lados sinto cheiro do
problema no ar,
mesmo tentando não dá pra fingir, um espírito infantil não
está mais aqui.
Espírito infantil com um cérebro corrompido agora já não
volta mais,
progredir sempre já não me interessa mais.
Os dias passam e a cada ano me aflige mais,
com tantas pessoas morrendo ainda me falta o ar.
Os dias passam e a cada ano me aflige mais,
com tantas pessoas morrendo, porque mesmo assim me falta
mais o ar.
Um novo mundo a outra era chegou, agora eu já entendo porque
tudo piorou.
Não quero saber nem tentar entender,
a bela imagem voltou
camuflando,
o que importa aprender ,a bela imagem voltou.
A vida passa e o espírito infantil só quer voltar brincar.
Outra vez. Como a primeira vez.
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