Lisérgio Virabossa, o 5.º beatle |
Extremamente talentoso e sagaz, Alexandre Fonseca "Lisérgio Virabossa" é devoto de Shiva (quando não incorpora o próprio deus hindu em Pessoa rs) e adora derramar uma boa dose de niilismo em chás da tarde no facebook (se você, por curiosidade, procurar a descrição no perfil do talentoso escritor encontrará a autodefinição mais marcante de todas que já leu: NADA (isso mesmo; numa época em que todos são alguma coisa de tudo, ele se define como Nada; quer mais totalidade que isso?). Em tempo: o poeta Lisérgio Virabossa participará do próximo "Sarau Solidões Coletivas in Bar Volume 3: O terceiro engradado - quando ninguém mais sabe quem realmente é", a ser realizado neste sábado, dia 16, às 17h, no Open Bar, em Valença/RJ. Deixemos de falácias e vamos ao riscoísmo do ilustre Virabossa (reparem que o próprio Alexandre Fonseca coloca aspas nos poemas escritos por sua persona lírica):
RISCOÍSMO
"Risco
Sobre a tabula rasa uma linha que desejo reta e contínua ao
infinito dos multiversos edênicos
Rabisco
O mapa imaginário da vida que planejo altiva e inatingível
feito o vôo alpínico do jovem pterodáctilo
Arisco
O lápis escapa da mão trêmula e traça desenhos erráticos de
quanta em desvarios entrópicos
Pisco
Os olhos para o perigo sorrateiro que me observa ao longe
sob óculos escuros de espiões do cinema
Chapisco
Versículos de areia em bíblias de paredes argilosas que a
implacável musa da história um dia apagará
Arrisco
Penetrar as chamas que incendeiam as poltronas mais
confortáveis das mansões burguesas
Prisco
É o tempo das memórias saudosistas de impérios morais e
materiais carcomidos por escaravelhos sorridentes
Belisco
Os pés da revolução que haverá de tornar homens em deuses e
deuses em árvores cheias de frutas vermelhas proibidas
Trisco
Posto que triscar intransitivo é semear desordem e
transitivo é roçar os dedos no violão ou nos seios da amante
Cisco
As verdades do chão qual galo de briga que ignora o rival e
ataca o senhor pois sabe que se há vida
Há risco"
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