Assistir, em vídeos postados pelos amigos do facebook, a
partes do primoroso show da banda Alice In Chains no Rock In Rio me fez lembrar
o intenso movimento underground que os (rotulados como) grunges de Seattle
imprimiram na década de 1990, tirando o rock do marasmo quase completo da
época. Assim como os grunges retiraram o gênero musical rock de seu estado
pálido e moribundo da década de 1990; o Alice In Chains resgatou a energia rock
do cada vez mais pop Rock In Rio (festival que, de atitude rock mesmo, só tem o
nome da marca).
Refletir sobre isso tudo me fez lembrar de que os mais
recentes grandes festivais de música que aconteceram no Brasil se sustentaram a
partir de nomes das veteranas bandas grunges (o Lollapalooza deste ano, por
exemplo, tinha como uma das atrações maiores a eficiente banda Pearl Jam, outra
filha daquela Seattle roqueira de onde surgiu o Alice In Chains e – impossível
não citá-los – Kurt Cobain e sua banda Nirvana). Lembrar disso me fez retornar
às lembranças de saraus recentes, me fez lembrar do Sarau Solidões Coletivas In
Seattle (cujos vídeos já postei aqui no blog há meses atrás), e,
consequentemente, me lembrei de poemas de fodásticos artistamigos, cujos textos
primorosos foram declamados com uma energia contagiante naquela noite festiva e
lírica.
Se Seattle, em vez de cidade, fosse uma mulher, humana,
sedutora, singular? Não, eu não saberia imaginar como ela seria... Mas pra isso
servem os poetamigos fodásticos que conhecemos nessa longa trilha poética que
traçamos: para nos iluminar o caminho, imaginando o que nos é inimaginável. O
que nem eu, nem vocês, leitores amigos, imaginaram, a fodástica poetamiga
valenciana Raquel Leal fez com maestria, em singelos versos. Hoje compartilho o
poema “Seattle”, de Raquel Leal, cuja musa é a cidade Seattle, na forma mais
criativa e sedutora: como se fosse uma mulher, super-sensual e alegremente
melancólica, em resumo, mais-que-fodástica!
Se Seattle fosse a mulher fantástica que Raquel Leal
desenhara com sua arte escrita fodástica, Kurt Cobain talvez tivesse hesitado
em dar o tiro decisivo em sua existência.
Seattle
Pronuncie meu nome bem devagar
sinta cada letra dançar em tua boca,
saboreie a sensualidade
de minha singularidade.
Ouça-me
falar:
- Seattle,
Seattle, Seattle
perceba como meu nome pode te tocar
percorrendo cada canto de teu corpo
te fazendo salivar.
Alguns tiveram o privilégio de me possuírem
entre suas mãos,
poucos souberam me tocar,
outros aprenderam a passear
por minhas curvas
escuras,
linhas únicas, projetadas pra libertar.
Sou tatuada, malcriada,
às vezes embriagada,
no entanto posso ser a mais quente
se conseguir me conquistar,
pois não me dou a qualquer um,
não faço tipo e sei te enganar.
Sou Seattle, a garota incomum...
Meus mares possuem vários cais
seu caos cabe em mim.
Kurt sabia disso...
Minha boca, não salivou, mas meus olhos se não salivaram se embededaram em gotas lacrimais sagradas de um pai; feliz por ter gerado uma criatura que se dedica a letras tão belas que em conjunto criam palavras, imagens e gestuais na busca do novo do que há por vir, do que emociona, do que dá tesão do que é belo e está dentro de cada um. Caralho Raquel, mandou muito woooooooooooool...
ResponderExcluirEU FICO FELIZ!! ASSISTO DOS BASTIDORES. NÃO SAIU DE MEU VENTRE MATERIAL. MAIS DE MEU ESPÍRITO...DESDE QUE A SENTI SEMPRE LHE REPETI... - EI DE VÊ-LA NAS TRIBUNAS DA VIDA BRILHAR...ÉS POESIA!!!
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