Tudo bem, eu me rendo: o entusiasmo de minha namorada, da
minha mãe, do mundo inteiro com o beijo de Fabinho e Giane, par romântico da
novela “Sangue Bom”, me contagiou. Confesso que não assisti ao espetacular
beijo no momento em que ele foi exibido, mas minha namorada fez questão de me
mostrar o vídeo. Acabei assistindo à cena duas vezes, sendo que a segunda vez
foi por iniciativa minha.
Sei que alguns leitores me dirão que fiquei maluco, que me
entreguei ao sistema por divulgar lances televisivos e novelas globais, sei que
dirão que meu blog é brega e blá-blá-blá, blá-blá-blá, e minha resposta será a
mesma que sempre utilizei: foda-se, os diários de solidões poéticas desse blog
são coletivos e falar de coletividade envolve também a breguice nossa de cada dia,
inclusive os sonhos que temos com a beleza das cenas das novelas, tão
entretenimento, tão vazias de racionalização e tão nossas, e todo poema de amor
consiste na sapiência de não temer as breguices de todo poema de amor.
Esse poema de amor (que, sei, muitos esculacharão) entra
para o meu grupo de poemas com eu lírico feminino e parte do olhar da
personagem Giane. Foi escrito na emoção das horas e assim deve permanecer e ser
publicado.
Que todo pretérito nos venha perfeito como aquele beijo,
amigos leitores!
O pretérito perfeito daquele beijo
E você estava num canto escuro, perdido consigo mesmo,
chorando com as trevas que o mundo lhe deixou,
e, mesmo escondido, encontrei você
e sua tristeza era tão infinita
que até a minha aridez a sua lágrima consumia
como se fosse uma tempestade,
como se toda sua amargura chorasse em minha vida,
e, mesmo com medo, eu me aproximei
e lhe disse: eu acredito em você
e lhe disse o que nunca havia dito pra ninguém
e você ergueu seus olhos
e eles estavam tão vermelhos, tão sangrentos, tão intensos,
que eu vi você,
como um cego que enxergasse o mundo pela primeira vez,
eu finalmente vi você
e a sua imagem me entonteceu
e naquele agora só havia você e eu,
nas cinzas das horas só você e eu,
e então, cheio de certezas hesitantes, você se ergueu
e seu corpo abraçou o meu
e você tremia, como animal que temesse a sua própria
natureza,
e eu também tremia, como predador que aprendesse
que também pode ser presa,
e seu rosto tão perto do meu,
tão lindo, tão único, tão seu,
e sua boca tão próxima da minha,
tão trêmula, tão perigosa,
e sua boca mais próxima,
e eu, sempre tão vigilante, baixava minhas guardas,
como ditadura que esperasse o guerrilheiro libertador,
e, num impulso violento, você me beijou
e eu aceitei, como carcereiro que entregasse as chaves
ao prisioneiro,
e o universo que desmoronava às nossas costas
se reconstituiu
e depois novamente ruiu
e então desapareceu
e assim desapareceram também toda solidão,
toda culpa e todo zelo,
e nós nos despimos dos nossos próprios medos,
como chamas que se aproximassem pra evitar o gelo,
e naquele beijo, você era eu
e eu não temia mais não ser mais eu,
pois eu também era você
e naquele agora minhas lembranças ficaram,
nos ponteiros das horas os relógios pararam
no pretérito perfeito daquele beijo
e depois dele nada mais conjuguei direito,
porque todas as pessoas agora são você e eu,
eu você,
você eu,
nós sem medo.
Não achei brega, achei super excitante! Mas se és brega, não será sozinho: somos! rsrs
ResponderExcluirYeah, faremos o Clube dos Bregas Super Excitantes Unidos, Raquel! rs
ExcluirOlá! Adorei o poema! Acho que você expressou de forma perfeita os sentimentos dessa personagem e também os nossos ao vermos essa cena. Me tornei admiradora tua. Vou ler teus outros textos também! Um abraço!
ResponderExcluirPuxa, valeu mesmo, Queila! Fico feliz de ter conseguido expressar os sentimentos dessa cena tão intensa! Espero que goste do blog; a intenção é que ele seja essa solidão coletivas que todos nós carregamos dentro de nós!
ExcluirAmei amei amei, viva a cafonice nossa de cada dia!!! Ficou lindo de viver!!!!!!! Te amo!!!!!
ResponderExcluirRs Amar é também amar o que o outro ama! Te amo demais e esse poema não é tão meu quanto teu.
ExcluirParafraseando Coríntios e Renato Russo, mesmo se eu falasse a língua dos anjos, sem ti minha poesia nada seria...
Ownnnnnnnnnnnnnnn!
ExcluirParabéns, cara. Você é observador demais. Por uma cena já conseguiu capturar toda a personalidade das personagens. Tem muito talento. Continue assim.
ResponderExcluirValeu o elogio, Jenifer! A cena pediu toda minha observação. Muito, muito obrigado pela força! Me anima a escrever cada vez mais! Arte sempre!
Excluiramei, adorei, adorei, nao o achei brega e verbalizou os sentimentos dos personagens e o que nos enquanto pessoas que viajam nesse mundo de fantasia sentem. obrigada
ResponderExcluirValeu, Tatiana! Era exatamente isso que eu queria captar: essa nossa viagem sentimental que o mundo de fantasias nos proporciona. Obrigado você e força sempre!
ExcluirNossaaaaaaaa, eu tava pensando que não tinha como eu amar mais a cena, daii eu li o poema e consegui amar a cena mais ainda, ficou muito perfeito, eu vou mostrar ele pra todo mundo que eu conheço kkkk ficou lindo
ResponderExcluirUau! E eu não pensei que agradaria tanto os amigos leitores com meu poema-impulso-de-sentimento-exposto! Fico muito, muito feliz em ler seus elogios e espero sempre poder corresponder e expressar com arte o que nos traz amor, paixão, sentimento à flor da pele! Arte sempre!
ExcluirCara, que perfeição! Já era completamente apaixonada pelo casal fabinho e giane, mas agora sou ainda muito mais! E olha só, depois dessse poema indescritível, tô apaixonada pelo blog também! Fabine é vida! IN LOVE sz '
ResponderExcluirPuxa, e eu fiz meio que por impulso e emoção do momento! Valeu por dedicar um pouco de paixão pelo blog e farei de tudo pra que o blog corresponda aos seus sentimentos.
ExcluirGiane e Fabinho! SZSZSZ
ResponderExcluirYeah! Qualquer amor que nos toque SZSZSZ
ExcluirExpressou PERFEITAMENTE o sentimentos de TODOS!!!
ResponderExcluirValeu a força, Fabiane Santos! Espero continuar sempre podendo expressar dessa forma esse sentimento coletivo que chamamos de AMOR!
ExcluirPoesias não são bregas, são sentimentos expressados, a alma do poeta em letras, versos e estrofes, que tocam o coração de quem lê!
ResponderExcluirBJOS
Lena
Yeah, valeu mesmo, Lena Lopez, é sempre bom receber uma nova opinião, um novo conceito para o velho e eterno gênero poesia! Bjs!
ExcluirAdorei,isso sim é um bom poema
ResponderExcluirUau, tô me segurando aqui pra meu ego não inflar!rs Valeu, valeu mesmo pelo elogio!
Excluiramei
ResponderExcluirE amei demais ver mais que gostaste do poema - ver tantos comentários por aqui deixa o "Diários de Solidões Coletivas" mais coletivo!
ExcluirAmei !!
ResponderExcluirComo disse na resposta ao comentário anterior, também amei demais ver mais alguém que gostou do poema - espero conseguir sempre manter a qualidade do blog e deixar o "Diários de Solidões Coletivas" sempre tão coletivo!
ExcluirCara , incrível !
ResponderExcluirA forma como você interpretou ... nossa , parabéns !
Ganhou uma seguidora cara !