Amigo leitor, se o Humberto Gessinger tivesse adiado sua
composição "O Papa é pop", essa semana seria o período ideal para
lançá-la: o tal Papa Francisco ganha status de popstar em sua primeira visita ao
Brasil. E é cheio de graça, ou melhor, engraçado demais esse lance da chegada
do papa e os efeitos que esse evento gera nas beatas. Numa banca de revista, ao
meu lado, uma senhora falava que ligou pra irmã após anos de discórdia com a
mesma e perdoou todos os pecados da irmã outrora amaldiçoada uns dias 'antes
que o papa chegasse'. É, o papa é pop e o papo pop do papa não poupa ninguém,
nem mesmo o blog que lês, amigo leitor!
Imaginei a dona beata no telefone com a irmã e produzi o
microconto abaixo:
O dever católico de Candida Pomposa
Candida Pomposa estava desesperada. Faltava 1 dia para a
chegada do Papa ao Brasil e ela permanecia em profundo pecado: estava há 2 anos
sem falar com a irmã pagã. Beata ao extremo, Candida Pomposa sabia que tinha um
dever católico a cumprir antes que o Papa pisasse em terras brasileiras:
perdoar a irmã canalha antes que profetas do apocalipse apontassem os rancores
pecaminosos de sua alma cristã.
Contorcendo-se de humildade católica, teclou apressadamente
os números referentes ao telefone da malfadada parente. Ao ouvir a voz da
maldita irmã do outro lado, libertou-se de todo o rancor:
- Olha, minha irmãzinha desgraçada e fdp, eu tô te ligando
pra perdoar todas as m... que você fez e que foram completamente culpa de sua
existência pagã e miserável. Tô te perdoando, tá? Tá ouvindo? Tá perdoada,
minha querida parente desgraçada!
Desligou logo em seguida o telefone e, com
aquela cara feliz de santa beatificada, Candida Pomposa foi assistir aos
próximos capítulos da vinda do Papa ao Brasil.
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