Juliana Guida Maia e eu vivemos
um amor nômade. Por ela morar em Valença/RJ e eu, em Teresópolis/RJ, nos
revezamos entre essas duas cidades; num fim de semana, vou para a cidade onde
ela mora (por sinal, Valença é uma de minhas musas favoritas, mãe de quase toda
a minha poesia), em outro ela vem para cá. E, devido à distância entre as duas
cidades, passamos parte de nossas vidas em trânsito, em ônibus, rodoviárias,
etc, fatores bastante desgastantes se analisarmos horários, viações
incompetentes de transporte coletivo, quilômetros, tempo, engarrafamento, stop
and go, etc. Desde que passei para o cargo de professor em Teresópolis e me
mudei pra cá, Juliana adquiriu uma relação de ódio e fascinação com as belezas
naturais de Teresópolis (ou seja, com a Serra dos Órgãos) que vemos
constantemente durante as cansativas viagens de ida e volta para a cidade.
Compartilho hoje minhas solidões
poéticas com a fodástica e grandiosa mini-crônica-prosa-poética de Juliana
Guida Maia, criada na última viagem de vinda para Teresópolis/RJ.
Pulemos nossos olhos para essa
grandiosa impressão de viagem pela região serrana do Estado do Rio de Janeiro,
amigos leitores!
Impressões serranas
do paradoxo
suicida
Subir a Serra dos Órgãos em uma
manhã de sol me sublima a uma comunhão perfeita com o paradoxo... Como pode o
tédio ser tão profundamente belo, como pode a beleza ser tão intensamente entediante.
Olhando todos esses penhascos fica inevitável o pensamento suicida... Como se pular fosse simplesmente algo tão
óbvio. A vontade de mergulhar no verde É
tão imensa quanto é imenso o próprio verde... O suicídio por aqui me
parece um ato ecológico.
Não se apresse, Carlos, teremos toda a eternidade para estar em um lugar paradisíaco com Deus, sem a gente precisar se matar. Vc ainda tem muito a fazer por aqui, grande amigo poeta, sua sensibilidade é indispensável neste mundo, bjs!
ResponderExcluirJuliana, adorei o amor nômade e em transito de vocês. O mini conto, mais que poético é um apelo aos meus sentidos medrosos e covardes. Pois tenho sensações terrificantes quando passo por ai, nesses abismos ecológicos, a vida nesses momentos torna-se apenas uma neblina tênue quase inexistente diante desse "imenso verde".
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