quinta-feira, 23 de maio de 2013

Ave Solidões Coletivas: Voando como águias no Identidade Cultural & Movimento Culturista


A postagem de hoje envolve voos poéticos realizados em abril deste ano. A convite de Janaína da Cunha, organizadora do Identidade Cultural & Movimento Culturista, Juliana Guida Maia e eu adiamos as férias do Sarau Solidões Coletivas (na verdade, fazemos arte mesmo de férias do sarau rs) nos envolvemos no último evento do Identidade Cultural, no Bar e Restaurante Amarelinho da Cinelândia, Rio de Janeiro/RJ, no dia 27 de abril.
O tema era “O voo da águia” e Janaína da Cunha me enviou o fodástico poema abaixo de autoria da própria organizadora, um convite para uma grande parceria:

O VOO DA ÁGUIA BOÊMIA

Minha alma é águia boêmia...
voa alto sem dimensões explicáveis
e medo de onde vai chegar.
Minha alma é a noite onde cruzam
as esquinas do coração.
É morada das estrelas mais brilhantes,
a luz do meio-dia e a melancolia da solidão.
Minha alma é viajante...
manhã de campos floridos
e amores indefinidos.
É fome insaciável de vida,
sede interminável de justiça
e o dedo que cutuca as feridas!
Minha alma é morada de sentimentos
além do bem e do mal.
É chama ardente,
sopro de rebeldia, água cristalina
e vento que se transforma em vendaval!
Ela é um mar febril e selvagem
onde navega desejos e paixões fugazes.
Minha alma é um grito mudo,
a voz do silêncio.
É a santa que reza e a puta que peca!
Minha alma é mãe, amante, filha
e os acordes inacabados de uma sinfonia.
Ela é cruel e bondosa, fútil e sutil,
é iluminada e sombria,
doce e amarga... ácida e gentil!
Minha alma, em sua essência,
é mentira e verdade...
É um porão de pesadelos obscuros
e sonhos inalcançáveis.
Minha alma é imperfeita...
mas luta para alcançar a perfeição.
É águia boêmia que atravessa
horizontes elusivos
em busca do desconhecido.
Desliza solitária num céu embriagado
entre derrotas e vitórias.
Minha alma voa, voa... mas voa tão alto
que perde-se no infinito.
Mas, não importa...
não importa nada como ela esteja:
ferida e cansada, feliz e realizada
ela sempre encontra o caminho
de volta pra casa!
Janaína da Cunha

Diante do fodástico poema, me ficou o desejo intenso de cumprir a parceria. Inspirado no livro “A Águia e a Galinha”, de Leonardo Boff, que minha prima Marcella Carolina me emprestou na época da faculdade, somado ao som do Eagles (a banda, cujo nome significa Águias em português, é a autora do eterno hit “Hotel Califórnia”) e a minha idolatria à outrora gloriosa Escola de Samba Portela, fiz o meu poema sobre o voo da águia:

A águia e a galinha

Não voamos mais como outrora, águia moça...
Do gozo libertário nos restou apenas
o ar aparentemente cabisbaixo
de quem conhece o gosto do sol,
mas sabe que a chuva demora a passar.
Impossível voar com as asas molhadas
de lágrimas e sangue, águia garota:
há tristeza e violência demais no céu de agora
e por isso guardamos nosso voo pra outra hora;
é melhor nos recolhermos na paz de nossos ninhos
a nos entregarmos aos olhares dos predadores.
E eu queria trazer pra você, águia menina,
um poema no ritmo elétrico ou acústico
bem “Hotel Califórnia”
ou um samba enredo da Portela histórica
tão gloriosa,
mas há tempos que o violão e a guitarra desafinam,
há tempos que minha escola não faz história,
por isso esse lirismo de asa recolhida,
por isso esses versos de efêmera despedida...
Não podemos voar mais como outrora, águia ferida,
mas os últimos trovões estão passando;
em breve, o céu será nosso
e voaremos de novo, águia querida,
nos veremos de novo, águia poesia,
e teremos nossas asas com vida
pra sempre mais uma vez!
Carlos Brunno S. Barbosa

Então dia 27 chegou e Juliana e eu voamos para o Rio de Janeiro e mais uma vez participamos do fodástico evento Identidade Cultural & Movimento Culturista, como vocês podem ver no vídeo abaixo, que registra a minha participação e a de Juliana Guida no evento organizado por Janaína da Cunha.
Nesta apresentação, Juliana perdeu a vergonha e declamou diversos poemas dela. Eu fiz parceria poética com Janaína da Cunha, declamei poemas 'covers', de outros autores - "Dimensões Metállicas", de Karina Silva, e "Ronco D'Água", de Andréia Sineiro - e li o poema de sua autoria "Poema cortante", em homenagem à organizadora do Identidade Cultural e a Maycon Arcanjo.
Que nossos voos poéticos sejam eternos, amigos leitores!

4 comentários:

  1. Poemas de asas abertas para o mundo...limpando a alma e dilacerando corações!!!!Carlos,eu tenho uma vontade imensa de participar de algum sarau ou o proprio identidade cultural!!Pode ter certeza que uma hora apareço por aí...não sei como ou quando,mas eu irei!!!!Eu não conheço quase nada do Rio...Mas se tiver uma ajuda,concerteza irei!!!abraço Carlos...

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    1. Vctor Silva, venhaaaaaaa!!! Você é mais do que bem vindo!!! A casa é sua... é nossa!!!!

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  2. Que lindo momento, meus Amigos e Parceiros de TODAS as horas Carlos Brunno S. Barbosa e Juliana Guida Maia. Nosso primeiro evento do Movimento no Amarelinho da Cinelândia a mais de 1 anos atrás. Agora estamos indo para o Sintonia Fina Dir Fábio Hartmann, vcs não podem faltar.
    JuntosSempe! ArtePraTodaVida!!!!
    Amo vcs!!!!!

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  3. Que lindo momento, meus Amigos e Parceiros de TODAS as horas Carlos Brunno S. Barbosa e Juliana Guida Maia. Nosso primeiro evento do Movimento no Amarelinho da Cinelândia a mais de 1 anos atrás. Agora estamos indo para o Sintonia Fina Dir Fábio Hartmann, vcs não podem faltar.
    JuntosSempe! ArtePraTodaVida!!!!
    Amo vcs!!!!!

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