Depois de um período de procrastinação (o blogueiro-escritor-poeta-professor-pateta
que vos escreve adora passar o breve período inicial das férias escolares em
modo preguiça total, chegando a ficar quase completamente offline pro real e
pro virtual), o blog retorna com velhas novidades: professores-amigos,
parceiros de profissão e do blog “Diários de Solidões Coletivas” têm atuado
voluntariamente como “olheiros culturais”, como formidáveis “caça-talentos artísticos”
e contribuído para enriquecer cada vez mais o marcador “Solidões Compartilhadas”
deste blog com o destaque de jovens, talentosos e fodásticos poetalunos!
Recomendado pela incansável e superlírica professora-escritoramiga
Flavia Vargens, hoje compartilho minhas solidões poéticas com o supertalentoso
Alexandre de Oliveira Bispo, poetaluno carioca que, neste ano, cursou o primeiro ano
do ensino médio na Escola Municipal Francisco Cabrita. Seu poema, cujo genial
título é uma rasura (isso mesmo, amigos leitores, é uma rasura, um recurso poético
neoconcreto refletindo um momento histórico borrado pela falta de humanidade e
pelo desrespeito com o próximo: a escravidão), foi inspirado na poética de
Castro Alves, mais que fodástico poeta romântico baiano, estudado nas aulas de
Leitura e de Português realizadas na Escola Municipal Francisco Cabrita (foi
trabalhada inclusive a versão musical de Caetano Veloso para o consagrado poema
“Navio Negreiro” [que pode ser encontrado no álbum “Livro”, de 1997, de Caetano
Veloso]).
O inspirado (e inspirador) poema de Alexandre de Oliveira chegou a se
classificar no Concurso Maratona Escolar Castro Alves, realizado pela Academia
Brasileira de Letras (yeah, o rapaz já começou merecidamente no topo!). A
poética alexandrina oliveirana traz um estilo próprio, cheio de referências
tradicionais a ultramodernas, mesclando o tom oratório de Castro Alves com Slim,
caetaneando Pessoa com um inédito heterônimo rapper, e registra um
grito-protesto-poético meticulosamente bem arranjado (e com um verso final
arrasadoramente fodástico!).
Rasuremos as rasuras escabrosas de nossa história, não apagando-as, mas
marcando-as com a poética memória, e reflitamos e protestemos juntos com o
fodástico poema do talentoso Alexandre de Oliveira Bispo, amigos leitores!
Época de escravidão
Te apresento Tráfico Negreiro
Primeira vez que me emociono
Com um poema de um brasileiro...
... Depois de refletir, vou agradecer
Obrigado Castro e Princesa, por estarem na minha mente!
E ajudarem o negro a andar de relógio de pulso,
E não mais de corrente ...
Agora vou falar de minha mãe, que leva seus fardos nas costas
E sem deixar cair se torna uma guerreira!
Nunca trabalhou nas “Casas Bahia”
Olhe o seu estado civil: não é mulher solteira!
Mulher de pele escura,
Com esse rap busco fazer barulho... Arte, Cultura!
Dessa cor, tenho muito orgulho!
Poeta dos escravos: somos liberdade!
Poeta dos escravos: somos verdade!
“O poeta é um fingidor,
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.”
Mas que dor real...sem explicação...
A dor é verdadeira...É a ESCRAVIDÃO!
Inspiração de Pessoa, eu senti...
Também ouvindo um só rap, de um homem de nome Slim!
E hoje infelizmente digo:
A “ESCRAVIDÃO” não teve fim!
A escravidão é eterna, senão em cores, também há brancos cativos de amores... Hoje nas mãos doutros senhores escravos todos inda somos, só faltam os navios, pois inda somos escravos doutros donos! Linda a sua poesia, parabéns!
ResponderExcluirLindo não sou um leitor assíduo
ResponderExcluirMas se a leitura me empolga vou até o fim