Yeah, amigos leitores, hoje, Dia de Tiradentes, feriado em comemoração
ao revolucionário mártir mineiro, é um dia muito importante também para o Sarau
Solidões Coletivas: no dia 21 de abril de 2012 (ou seja, há 3 anos), vários artistamigos, como Juliana
Guida Maia, Zé Ricardo Maia, Érick Ramos, Jaqueline Cristina Gomes, Gilson
Gabriel, Giovanni Nogueira, Ronaldo Brechane e o blogueiro-poeta-pateta que vos
fala realizamos o primeiro evento oficial (já fazíamos outros eventos
artísticos, mas esse foi a estréia oficial com o novo nome) do Sarau Solidões
Coletivas.
O primeiro Sarau Solidões Coletivas in Bar foi realizado no dia 21 de
abril de 2012, no extinto Open Bar, em Benfica, bairro de Valença/RJ,
comemorando o retorno e os 7 anos do jornal Valença em Questão, quase 12 anos depois
do lançamento de meu primeiro livro ("Fim do fim do mundo", em Junho de
1997) e quase um ano depois do blog "Diários de solidões coletivas”.
Na época, devido a data comemorativa a Tiradentes, declamei/ressuscitei
o meu poema “A volta de Tiradentes”, há tempos esquecido e publicado em meu
terceiro livro “Note or Not ser” (2001). O poema, que traz como eu lírico um
Tiradentes ressuscitado e estupefato com o mundo presente, foi publicado no
blog “Valença em Questão” (segue o link: http://blogdovq.blogspot.com.br/2012/04/vq-n-39-poesia.html)
e, hoje, é republicado, junto com o vídeo do primeiro sarau, aqui no blog em
homenagem ao aniversário de 3 anos do Sarau Solidões Coletivas.
E, 3 anos depois do primeiro sarau, não vivemos apenas de passado – na verdade,
revisitamos sempre o passado para trazermos maravilhosas novidades líricas no
presente - um dos exemplos mais-que-fodásticos é a fascinante oferenda lírica
que o poetamigo Gilson Gabriel presenteia os nossos olhos: o maduro, intenso e
mais-que-fodástico “Vila Rica”, que compartilho junto do meu (envergonhado,
pois o dele é muito mais fodástico que o meu).
Gilson Gabriel e eu no Sarau Solidões Coletivas In Bar 6, em 2012 |
Lembrando que, independente dos percalços e independente sempre, yeah,
o Sarau Solidões Coletivas continua: Gilson Gabriel e eu e muitos outros fodásticos
artistamigos estaremos na festa lírica de aniversário de 3 anos do Sarau
Solidões Coletivas, com o tema “COMUNA DA ESQUINA DAS BICAS: LIBERDADE E
SOLIDÕES COLETIVAS AINDA QUE TARDIAS” - TRIBUTO LÍRICO AOS POETAS ÁRCADES E AO
CLUBE DA ESQUINA, no dia 25/04, a partir das 19:00h, na Comuna da Quinta das
Bicas (quintal da casa do Gilson Gabriel), em Valença/RJ - Rua Edson Giesta,
50, casa 2, Biquinha (Perto do Mercadinho Francisquinha). A entrada é franca e
o coquetel será comunitário, de partilha (cada um artistamigo e/ou
público-amigo traz um doce, salgado ou bebida).
Que a Liberdade Ainda que Tardia sonhada por Tiradentes e por seus
artistamigos seja revisitada, revisada e permaneça em nossos corações sempre,
amigos leitores! Vida Longa ao Sarau Solidões Coletivas e a Liberdade – Arte Sempre
Ainda que Tardia!!!
A volta de Tiradentes (Carlos Brunno S. Barbosa)
Está tudo diferente
Desde que fui embora...
Acho que voltei tarde demais...
A vida mudou:
Não sei mais quem eu sou
Muito menos o que é CPF
E esse tal de rock’n roll.
A “demo-cracia” atrasa a minha independência,
A “burro-cracia” arrasa as minhas inconfidências!
Minha inspiração virou imposto provisório,
Meu nome virou marketing,
Meu cavalo bebe gasolina,
Minha tropa assiste à tevê
E larga a revolução pelo último capítulo da novela das seis!
Hoje me enforcam com novas cordas
E os assassinos são meus próprios ideais.
É tão estranho...
Acabei de ressuscitar
E já me sinto morto.
Vila Rica (Gilson Gabriel)
De pé
Sinto o cadafalso a que me levam.
O vazio trêmulo de entre-tábuas balbucia meu nome
E brada à minha espera:
“Incréu!
Herege!
Ateu!
Ímpio!
Infiel!”
Passo a passo
Percebo o vão que se abre e me aguarda.
O negror do fosso à frente
Saliva ante meu corpo e o convida:
“Incréu!
Herege!
Ateu!
Ímpio!
Infiel!”
Resoluto
Encaro a “corda-adorno” que me fita.
Seu laço é passaporte, ingresso e juiz
E emite o arroto que convoca:
“Increu!
Herege!
Ateu!
Ímpio!
Infiel!”
Entregue
Sou coro à voz infame do patíbulo que arrasta.
O nó se ajusta, aperta e se faz garganta muda e
Transmuta o que pensei no que será!
“Incréu!
Herege!
Ateu!
Ímpio!
Infiel!”
Parabéns pelos poemas fodásticos! Parabéns pro sarau! Parabéns pra arte!
ResponderExcluirVida longa ao Sarau das Solidões Coletivas! Arte sempre!
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