Foto do @projetolaluna |
Hoje estreio no blog uma nova série de minicontos e
prosas poéticas inéditos de minha autoria que, de vez em quando, será atualizada
aqui: a série “E...La Luna Nua”, em homenagem ao @projetolaluna, espetacular “projeto
fotográfico de ensaios sensuais femininos, poesia e estesia”, exposto no
Instagram e idealizado pela mais-que-fodástica artistamiga Lainha Loiola (segue
aqui o link para ver as fotos pelo computador: https://instagram.com/projetolaluna).
Anteriormente chamado de @projetolalunanua, o projeto fotográfico sofreu
sanções do Instagram (o site deletou a conta anterior ao @projetolaluna, pois
alguns internautas acusaram o ensaio de ser “pornográfico” – ou seja, o projeto
foi mais uma vítima da paranoia moralista que contamina nossa hipócrita contemporaneidade
[como dizia Cazuza na canção “Medieval”, foi censurado pelo pessoal que está “na
moda da nova Idade Média”]) e, por isso, considerei, em meu tributo lírico,
resgatar no nome da série uma corruptela do nome original do projeto (acresci a
conjunção aditiva “e “com reticências pra criar múltiplos sentidos [“E...La
Luna Nua” ou “Ela Luna Nua” ou “E...Lá Luna Nua", dependendo da entonação (E
fechado ou E aberto) e velocidade que o leitor lê o título da série]).
I
nicio com um miniconto inspirado na nudez da
própria lua exposta em nosso céu durante as noites (por sinal, a lua foi uma
das modelos de Lainha no @projetolaluna) e, de forma figurada, usei a própria
polêmica gerada pela suspensão/censura que o @projetolalunanua sofreu. O título
“Hélio e as noites nubladas (ou Gás nobre contra as nuvens)” é uma brincadeira
com o nome do elemento químico (torná-lo o protagonista lúcido-louco de minha
pequena narrativa foi influência da leitura do livro “O Fantástico Mundo dos
Elementos – A Tabela Periódica Personificada”, do formidável artista gráfico
japonês Bunpei Yorifuji, onde o hélio é descrito como “o gás camarada que
levanta nosso astral e nossa voz”) e uma referência à canção “Metal contra as
nuvens”, da banda Legião Urbana (que contém versos maravilhosos como os da
pontual primeira estrofe “Não sou escravo de ninguém / Ninguém, senhor do meu
domínio / Sei o que devo defender / E, por valor eu tenho / E temo o que agora
se desfaz”). E assim, sem “ter medo de ter medo”, começo a série “E...La Luna
Nua”.
As estrelas - e logo também o meu protagonista, "estrela" do miniconto - são constituídos por gás hélio |
Boa leitura, amigos leitores! E... Arte e Sensualidade
Sempre! Que nenhuma nudez lírica e autêntica seja novamente castigada!
Da série E...La Luna Nua:
Hélio e as noites nubladas
(ou Gás nobre contra as
nuvens)
Hélio costumava conversar com as nuvens em noites
nubladas.
Em seus delírios, a noite organizava as nuvens em
torno da lua e lhe perguntava:
- Que tal esse vestido pra lua, Hélio?
Alucinado pela limpidez lírica de Rimbaud, Hélio
respondia:
- Ah, eu prefiro a lua nua, eu prefiro a lua nua,
eu preciso a lua nua! – repetia três vezes em reverência à santíssima trindade
de Marquês de Sade.
E ali Hélio ficava a noite inteira, até que o céu
ficasse limpo e ele pudesse ver novamente sua musa plenamente pelada, despida
de qualquer nuvem de razão.
Eu me apaixonei pelo Hélio, tão intenso e desejoso. Vai ser o galã dessa série e inspirar muitas musas a se livrarem das vestes mortais em noites enluaradas. rsrsrsrsr
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