No dia 15 de dezembro, às vésperas do verão (iniciado hoje),
tive a honra de declamar meu poema “Primavera fúnebre”, premiado como finalista
no I Concurso de Poesia da Casa de Espanha, localizada na Rua Maria Eugênia,
300, Humaitá, Rio de Janeiro/RJ.
Vamos à história da produção do poema “Primavera fúnebre”: esse
texto me surgiu após assistir a um filme chamado “Reflexos da Inocência”, do
diretor Baillie Walsh. Nas primeiras cenas do filme, nos deparamos com a rotina
vazia do ator decadente Joe Scott, magnificamente interpretado por Daniel Craig
(algumas das cenas iniciais me provocaram um misto de estranheza – a rotina,
além de vazia, é um tanto bizarra – e curiosidade – aonde essa p... de filme
quer chegar?). Com o tempo, Joe Scott vai tendo flashbacks de seu passado, de
sua adolescência (dos tais “reflexos da inocência”) e, junto com o personagem,
mergulhamos num universo de lembrança de um tempo de pecados inocentes (com
cenas antológicas, como a que Joe jovem e Ruth dançam ao som de David Bowie e Roxy
Music – a primeira e a segunda estrofes de meu soneto devem muito a essa cena),
causadores de uma inesperada tragédia. A sensação de tempo perdido, o leve
desespero de rever amores e sensações que não podem retornar mais, o luto que
cobre todo o presente com uma tensa nuvem melancólica, todos esses ingredientes
foram me sensibilizando, desfazendo a estranheza inicial e tornando o filme “Reflexos
da Inocência” inesquecível para meus olhos cine-fanáticos. Consequentemente, o
filme se tornou o principal muso inspirador para o poema “Primavera fúnebre”,
com o qual cheguei à final do I Concurso de Poesia da Casa de Espanha. O filme pode ser encontrado no fodástico blog de filmes cult "Sonata Prèmiere", no seguinte link: http://sonatapremieres.blogspot.com.br/2014/01/reflexos-da-inocencia.html.
Na etapa final do concurso, não consegui os almejados
primeiros lugares, nem o prêmio de declamação, porém fica o orgulho de
pertencer ao seleto grupo de finalistas do Concurso de Poesias da Casa de
Espanha, organizado pelo Núcleo de Artes Federico Garcia Lorca – núcleo artístico
com o nome de um dos poetas espanhóis que mais amo neste universo poético -,
fica o registro da declamação de meu poema em novo espaço, o diploma de
finalista e a honra de saber que meu poema, juntamente com os fodásticos poemas
dos outros finalistas, fará parte de uma antologia a ser lançada em setembro do
ano que vem!
Abaixo, deixo para os amigos leitores o premiado poema
finalista, inspirado nas sensações que o filme “Reflexos da Inocência” me
provocaram, e o vídeo no qual interpreto o poema.
Boa leitura e Arte Sempre!
Primavera fúnebre
Deitados sobre o tapete amarelo,
deixávamos a canção nos levar
pra Era de Aquário, pra aquele castelo
erguido em sonho, suspenso no ar.
Perdidos no espaço, longe do lar,
voávamos por um mundo mais belo,
ah, no infinito da sala de estar,
sem o efêmero que agora martelo...
Silêncio é, hoje, o som mais tocado;
no tapete amarelo, falta vida;
a sala de estar não tem mais sonhado.
Minha bela pra sempre adormecida,
é triste ver teu corpo tão calado,
sem sorriso pra esta tarde florida...
Vídeo: Carlos Brunno apresenta sua Primavera Fúnebre na final do Concurso de Poesia da Casa de Espanha
Trailer do filme "Reflexos da Inocência":
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