sexta-feira, 5 de abril de 2013

Um Paralamas The Killers em meu carro de amor lírico-canino: Os assassinos também amam



Ainda com vestígios do show do The Killers em minha memória, retorno para Valença/RJ, após uma semana de ausência e muito trabalho durante a semana. Ozzy, o labra-latas da mãe de minha namorada, me recebe cheio de violentas saudades. Só consigo cumprimentar o restante da casa após Ozzy me arrancar pequenos pedaços do braço - é a maneira louca que ele manifesta sua felicidade em me rever e meio que uma forma de me castigar por eu sempre partir e deixá-lo com saudades.
Baseado nisso tudo, retorno não só a Valença, mas também ao blog: trago um poema inédito em homenagem às canções mais recentes da banda estadunidense The Killers, inspirado principalmente nas músicas “Here with me” e “Miss atomic bomb”, do fodástico “Battle Born”, somado a eternas saudações ao Rock Brasil 80 (além de muito do The Killers, o poema tem algo de Paralamas do Sucesso fase “Bora-bora”, me lembra um pouco as canções “Quase um segundo” e o instinto assassino do eu lírico de “Uns dias”) e amalgamado aos instintos amorosos intensos e violentos do labra-latas Ozzy (enquanto tento postar esse poema, o labra-latas citado me mordisca o braço, joga a cabeça em meu ombro, me pedindo atenção). Resumindo: é mais um poema inédito meu, inspirado em bilhões de diferentes influências, uma busca poética de tentar manter a forma (há algum tempo não escrevia poemas novos) e a arte viva em mim e no blog.
Acompanhemos os rastros assassinos daqueles que amam e veem seu amor partir continuamente, amigos leitores.

Os assassinos também amam

Eu queria  te olhar profundamente
e arrancar os teus olhos, baby,
pra não vê-los neste desvio indolente,
pra não te ver desviando de mim
novamente...

Assim evitaria o show da chuva em meus olhos,
assim evitaria a visão de teu não silencioso...

Eu queria te fazer sorrir como antigamente
e cortar os teus lábios sorridentes, baby,
pra não chorar após os momentos felizes,
pra não forçar um sorriso triste quando tu partires
tão seriamente...

Assim evitaria essa enchente de tristeza em minha cara afogada,
assim evitaria que teu belo sorriso encantasse outros olhos canalhas...

Eu queria te possuir inteira vagarosamente
e, depois, repartir  teu corpo furiosamente, baby,
pra te empalhar pra sempre comigo longe das tempestades,
pra  evitar que cada pedaço teu se dissolva na chuva dessa tarde
comovente...

Assim evitaria te perder, baby,
Assim evitaria me perder de ti...

Mas não te assustes com esses meus desejos, baby,
são apenas anseios assassinos que vivem em mim
pra não te deixar partir assim tão viva,
pra vida não se despedir de mim
completamente...

Mas não é assim,
não sou assim
infelizmente...

A chuva continua a cair
e  cada gota é um pedaço de ti
se afastando daqui.
Não é o final mais feliz,
mas terei que te matar em mim
pra sempre...





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Meu filho-poema selecionado na Copa do Mundo das Contradições: CarnaQatar

Dia de estreia da teoricamente favorita Seleção Brasileira Masculina de Futebol na Copa do Mundo 2022, no Qatar, e um Brasil, ainda fragiliz...