quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Solidões compartilhadas: O Diário das Solidões de Geovane Alves dos Reis


Pela segunda vez, mas pela primeira em versão solo (na solidão compartilhada anterior, ele dividia seu espaço com um grupo seleto de poetalunos premiados em concursos literários), compartilho minhas solidões poéticas com um dos poetalunos de maior talento que já tive, o atual teresopolitano (ele nasceu em Além Paraíba/MG) Geovane Alves dos Reis, da E. M. Alcino Francisco da Silva. Botafoguense e dono de uma poética extremamente própria e apaixonada, Geovane nos apresenta sua estrela lírica e solitária: um poema de ganhos e perdas, com mais ônus que bônus, inspirado em “Virgem”, de Marina Lima, e “Someone Like You”, de Adele (interessante que o poema também me faz lembrar a Legião Urbana fase “Tempestade” – “Diários das solidões”, de Geovane Alves dos Reis, tem um quê de “Longe do meu lado”, “Livro dos dias”, canções de Renato Russo em seu momento mais derradeiro e difícil).
Aproveito para recomendar o fodástico blog do jovem poeta (ele possui apenas 14 anos e já traz um lirismo maduro e de qualidade rara), atualizado sempre com excelentes poemas, crônicas, impressões e, como nos reafirma o nome do blog, “palavras do coração”. Segue o link para os leitores que querem sair da racionalidade fria do dia a dia e esquentar os olhos com palavras de emoção: http://palavraasdocoracao.blogspot.com.br/
E agora leiamos o “diário das solidões” que Geovane Alves dos Reis nos traz:    

Diário das solidões

Quando comecei a te amar
Me tornei prisioneiro do amor,
Me entreguei sem me preocupar com o perigo,
Sem me preocupar com a dor
E só percebi que me tornei um refém
Quando da solidão não consegui me libertar.

Viver o amor é mesmo assim:
Quando comecei a te amar,
Você se tornou parte de mim,
Mas, quando você se afastou
E por outro me trocou,
Abriu no meu peito uma imensa ferida...
Agora meu coração só vai voltar a bater, a viver
Quando ele entender
Que nem as coisas nem ele precisam de você.

Ah! Se eu pudesse voltar
No passado e me impedir
De me apaixonar por você
Hoje não estaria escrevendo
Um diário das solidões
E procurando alguém como você...

5 comentários:

  1. Carlos, esse não é o rapaz que escreveu no Valença em Questão sobre raposas (que por sinal eu adorei)?

    1- " E só percebi que me tornei um refém
    Quando da solidão não consegui me libertar."

    --> lindos versos. De fato, só quando percebemos que somos "prisioneiros" de alguém quando sem ela nos sentimos sozinhos no mundo.

    2- " Mas, quando você se afastou
    E por outro me trocou," --> gostei desses versos, tem uma cadencia, um ritmo harmonioso e ao mesmo tempo indica uma ruptura com "se afastou/e por outro me trocou". como pode algo ser harmonioso e desestruturar ao mesmo tempo? Eis a magia e inquietude que a poesia nos presenteia.

    3- " Agora meu coração só vai voltar a bater, a viver
    Quando ele entender
    Que nem as coisas nem ele precisam de você." --> Isso é bão pra lá de metro garoto. Concerteza o coração voltará a bater, mesmo que um pouco ressabiado, meio acovardado pelo medo de sofrer outra vez, mas de novo amará, se apaixonará e provavelmente se estrepará outra vez e assim sucessivamente na vida. Quanto ao coração compreender que ele pode não ser importante para outrem, levará um tempinho, mas depois tomará consciencia e logo a fila andará (como dizem os jovens).

    4- Quanto a ultima estrofe, serei egoísta, mas que bom que voce se apaixonou e pode escrever esse poema que nesse instante estou lendo e comentando com muito prazer. Parabéns! Fico te aguardando mais vezes.

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    1. É aquele rapaz mesmo, Helene Camile! Por sinal, em breve, na próxima edição do jornal valença em Questão, ele apresentará um novo poema, inédito e como sempre fodástico. Valeu a análise e, quanto ao tal "português completamente correto", não pertenço ao grupo dos Pasquales - meu foco principal são a qualidade dos poemas e as obras primas que são os comentários que você faz, leitoramiga! ;)
      Ps.: Recomendo que conheça o blog do rapaz - é bão demais!!!

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  2. Errata
    com certeza. Enfim, desculpem os erros de portugues (sei que deve doer em sua alma Carlos, releve, sou de outra área rsrsrs - mesmo sendo uma justificativa para lá de capenga. Sou um péssimo exemplo para o Geovane)

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  3. Valeu Carlos!E eu pensando que esse poema havia ficado apenas como "Promessas desfeitas" mas até que enfim saiu da gaveta do poeta.rsrsrs E a Honra é minha ter um poema publicado no blog mais fo...tico do mundo(lógico que os blogs palavras do coração,deliciosa ilusão e minha vida estão empatados com o seu)kkkk

    E obrigado Helene Camille é bom saber que o dom poético que me foi concedido recebe elogios.E quanto aos erros de português.Eu também tenho os meus kkkk

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  4. Belo poema deste juvial poeta
    almejo com toda eletricidade de minhas veias
    uma estrada longa, muito longa colhendo da lavra
    a inefável diáfana poesia que nos embriaga, nos ama, nos abraça fortemente maternal, cuida á poesia do poeta, e o poeta cuida da poesia, numa batalha eterna, a encontrar o verbo que derrama no verso, Caro Geovane "A vida é breve a arte é longa" estamos todos unidos na estrada engatilhando nossas liras, erros de português todos tem, quem não os comete que atire a primeira pedra hahahahhahahahah, é natural.
    Um abração á todos.

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