terça-feira, 17 de abril de 2012

Solidões compartilhadas: Os beijos loucos de Paulo Ras


A solidão poética que compartilho hoje mais uma vez com o poeta curitibano Paulo Ras está um pouco atrasada. Recebi esse poema há certo tempo atrás e havia planejado publicá-lo no dia 13 de abril, o Dia Internacional do Beijo. Porém a semana que antecedeu tal data comemorativa me trouxe uma pancada de compromissos e, assim, o blog ficou, naquela sexta-feira fatídica, sem beijo, nem poesia... 
Lamentando muito o atraso, publico agora o sublime e quintanesco poema de Paulo Ras, como um beijo fora de hora, daqueles que nos pegam de surpresa e nos entrelaçam uns aos outros, enlouquecidamente, liricamente unidos; um beijo sem data, que provoca o sorriso dos lábios perdidamente molhados, entrelaçando sonhos na esquina dos sonhos e da perdição:

A tua língua
A minha boca.
Ou a tua boca e
A minha língua?
Tudo tão entrelaçado.
Tudo tão promíscuo em nossos corpos.
Tudo tão perdido em nossas vidas.
Tão emaranhado.
Tão confuso.
Tão uno que ao menos sabemos
De quem é a língua.
De quem é a boca.

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